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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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envolverão inevitavelmente concepções e estratégias oriundas de con<strong>texto</strong>s não ocidentais. De facto,<br />

nem a radicalização da modernidade nem a globalização da vida social são processos de forma alguma<br />

<strong>completo</strong>s. São possíveis muitos tipos de respostas culturais a essas instituições, tendo em conta a<br />

diversidade cultural mundial como um todo. Os movimentos “para além” da modernidade ocorrem<br />

num sistema global caracterizado por grandes desigualdades de riqueza e poder, e não podem deixar de<br />

ser afectados por elas».<br />

Finalmente, num último nível, GIDDENS coloca a seguinte questão, a ela também respondendo:<br />

«A modernidade é universalizante não só em termos do seu impacto global, mas em termos do<br />

conhecimento reflexivo que é fundamental para o seu carácter dinâmico. Será a modernidade<br />

distintiva-mente ocidental neste aspecto ? Esta pergunta deve ser respondida afirmativamente, embora<br />

com algumas restrições explícitas. O corte radical com a tradição intrínseco à reflexividade da<br />

modernidade produz uma ruptura não apenas com as eras precedentes, mas com as outras culturas.<br />

Dado que a razão se mostra incapaz de dar uma justificação última de si própria, não faz sentido<br />

pretender que esta ruptura não assenta num compromisso cultural (e no poder). No entanto, o poder<br />

não resolve inevitavelmente as questões que emergem em resultado da expansão da reflexividade da<br />

modernidade, em especial à medida que os modos de argumentação discursiva passam a ser<br />

largamente aceites e respeitados. A argumentação discursiva, incluindo a que é constitutiva das ciências<br />

naturais, envolve critérios que superam as diferen-ciações culturais. Não haverá nisto nada de<br />

“ocidental” se o compromisso com uma tal argumentação, enquanto meio de resolver controvérsias,<br />

estiver próximo. Porém, quem estará em condições de dizer que limites poderão ser colocados à<br />

expansão desse compromisso ? De facto, a radicalização da dúvida está ela própria sempre sujeita a<br />

dúvidas e é, portanto, um princípio que provoca grande resistência».<br />

No Cartaz-Expresso de 5 de Julho de 1997, págs. 36-37, pode ver-se a apresentação jornalística do<br />

último <strong>livro</strong> publicado em português de ANTHONY GIDDENS, intitulado Para além da Esquerda e da<br />

Direita: O Futuro da Política Radical, Editora Celta, 1997, que culmina o projecto do autor, iniciado há<br />

cerca de 15 anos, de um trabalho que pretendia ser «uma crítica contemporânea do materialismo<br />

histórico» (trabalho esse iniciado com Power, Property and the State, London MacMillan, 1981, e<br />

continuado com The Nation: State and Violence, Cambridge, Polity, 1987), <strong>livro</strong> aquele que se auto-<br />

apresenta do seguinte modo:<br />

«Sugiro neste <strong>livro</strong> o que se pode resumir como uma estrutura sêxtupla de uma política radical<br />

reconstituída, inspirada no conservadorismo filosófico, mas preservando alguns valores fulcrais até<br />

agora associados <strong>ao</strong> pensamento socialista.» — cfr. o <strong>texto</strong> de CARLOS LEONE, no local citado,<br />

intitulado Giddens radical ?<br />

Depois de ter apresentado GIDDENS como o «Actual presidente da London School of Economics...» e<br />

«... a principal referência da sociologia de língua inglesa sobre globalização...», diz o apresentador que:<br />

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