20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

impotente para integrar toda a variedade humanamente possível das imensas nuances do pensamento<br />

político-social; e, last but not the least, que não suporta a existência de posições ou opções filosófico-<br />

-políticas e sociais tão idiossincráticas ou «pessoais» que possam ter tanto de uma como de outra das<br />

características que comummente se atribui a cada uma dessas categorias —, pode ver-se no colorido e<br />

interessante <strong>texto</strong>, pré-publicado integralmente no Expresso-Revista de 29 de Novembro de 1997 (págs. 52-<br />

-71), sob o título Governar à Esquerda, e que é também o Prefácio do <strong>livro</strong> da Juventude Socialista<br />

intitulado O que é governar à esquerda ?, Gradiva, 1997, <strong>texto</strong> aquele da autoria de MÁRIO SOARES —<br />

uma personalidade que tem tanto de atraente, de fascinante e de carismático, quanto de ambivalente e de<br />

contraditório, a nosso ver, e a quem os portugueses se habituaram já a perdoar, benevolentemente, todas as<br />

suas incongruências e lugares-comuns —, o qual, após uma brilhante análise retrospectiva da história do<br />

presente século e hoje consciente da enorme complexidade dos agudos problemas contemporâneos da<br />

«globalização» (quer de goste dela, ou não), da «ecologia global», da «relativa fragilidade da organização<br />

internacional em torno da ONU», da «desregulação normativa e institucional civilizacional global», do<br />

«ritmo alucinante das mudanças», do «alargamento assustador do fosso entre ricos e pobres» (pessoas e<br />

povos), da «revolução informática, das telecomunicações e das novas tecnologias», etc., etc., etc., apesar de<br />

continuar a afirmar-se «republicano, laico e socialista» e de denunciar certeiramente os perigos reais do<br />

actualíssimo «capitalismo financeiro-especulativo mundial» (o que chama «a segunda revolução<br />

capitalista»), bem como das «desigualdades» e «exclusões» a que este pode conduzir, não deixa contudo de<br />

denunciar e criticar vigorosamente o totalitarismo, tanto o nazifascista, como o soviético-comunista, e de<br />

dizer, apesar do «... aparecimento de preocupantes formas de “ideologização” do mercado», todavia que:<br />

«Mercado, note-se, que é em si mesmo um factor insubsituível do desenvolvimento económico...» —<br />

verdade esta última que muita da nossa Esquerda parece não ter ainda assimilado...<br />

E que: «(...) A liberdade ⎯ e melhor do que a liberdade em abstracto, as liberdades em concreto —<br />

representa o primeiro valor essencial, inegociável».<br />

Pelo que:<br />

«Porque, reconheça-se, sem liberdade e sem uma intransigente defesa dos direitos humanos não<br />

pode falar-se de esquerda ou alguém dizer-se de esquerda».<br />

E ainda, sem deixar, obviamente, de afirmar que:<br />

«O valor da solidariedade (ou da fraternidade, como dizem os laicos, ou do amor <strong>ao</strong> próximo, para<br />

os cristãos) é também de importância decisiva, no respeito dos direitos do homem, das diferenças, dos<br />

direitos dos vindouros e da eminente dignidade da pessoa humana» —, não omite o seguinte: «Depois,<br />

afirmaremos, mais do que a igualdade, até hoje inacessível, a luta persistente contra as desigualdades<br />

económicas, sociais e culturais e contra as discri-minações, tenham o sentido que tiverem, assegurando o<br />

máximo de “igualdade de oportunidades”, princi-palmente <strong>ao</strong>s jovens».<br />

Pelo que, decisiva vem a ser «... a sensibilidade social, que nos leva a reagir de imediato contra as<br />

injustiças e contra os flagelos da pobreza, da doença, da violência, da guerra, do narcotráfico, das dis-<br />

criminações raciais e da exclusão social», sensibilidade «... hoje extensiva também à defesa dos equilí-<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!