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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Como diz este último autor citado, trata-se de permitir a constituição de verdadeiros mercados internos<br />

no campo da saúde e a devolução também desta actividade à sociedade civil, a uma sociedade civil<br />

liberal.<br />

Ou seja, também aqui, introduzir, de modo eficaz, o princípio liberal da concorrência: concorrência<br />

entre entidades de saúde públicas, entre si, e entre estas e as privadas.<br />

Não insistir em edificar todo um verdadeiro monopólio prático-público da Saúde, mas fomentar e<br />

favorecer que também entre as unidades de saúde públicas possa haver verdadeira concorrência,<br />

pela diferenciação de base que, <strong>ao</strong> pluralizá-las, permite uma avaliação, em termos de mercado<br />

público, de quais são as melhores e as piores (por critérios que incumbem unicamente <strong>ao</strong>s próprios<br />

«doentes»...), e, portanto poder ser feita, pelos doentes, uma verdadeira escolha livre.<br />

Além da concorrência que deverá continuar a existir entre aquelas entidades públicas e as<br />

simplesmente privadas, para o que se torna necessário que o Estado não privilegie financeiramente<br />

só aquelas, viciando as regras do jogo do mercado.<br />

O que o Estado deve financiar, promovendo a existência do que J.C. ESPADA chama o «chão<br />

comum» ou a «rede» de protecção social das pessoas, são as próprias pessoas, dotando-as, conforme<br />

os casos (estamos a pensar, obviamente, na «protecção social» devida apenas às pessoas realmente<br />

necessitadas...) e, dispensando aqui especificações técnicas, de títulos, ou os famosos «cheques»<br />

(vouchers, na língua inglesa), com os quais elas pagarão a assistência prestada à instituição (pública<br />

ou privada) de saúde que tiverem livremente escolhido antes.<br />

Além de que, é hoje comum referir esta forma de financiamento pública, complementarmente a for-<br />

mas de financiamento puramente privada que as pessoas-doentes possam combinar com entidades<br />

segu-radoras privadas da sua também livre escolha.<br />

Sobre este tema, veja-se, além do <strong>livro</strong> de JOHN GRAY referido na alínea anterior, ainda a pequena<br />

publicação autónoma intitulada Que sistema de saúde para o futuro ?, com prólogo de MARIA DE<br />

BELÉM ROSEIRA, Ministra da Saúde, edição da Liga dos Amigos do Hospital Geral de Santo<br />

António/ Jornal Público, Junho de 1996: de todas as várias perspectivas apresentadas nesta pequena<br />

publicação, que são diferentes entre si, um ponto ressalta como consensual e comum a todas — o<br />

sistema actual não presta, é obsoleto, burocrático, centralista, estatista e bonapartista e serve todos os<br />

interesses que se queira, menos os do cidadão-doente-paciente-cliente que procura os seus serviços e<br />

que é a razão-de-ser última de qualquer «sistema» de saúde.<br />

Aliás, note-se, como sintomático destas preocupações, o referir-se, já não a um único e público<br />

«Serviço» de Saúde, mas a um verdadeiramente geral e aberto «Sistema» de Saúde, i. é, um<br />

«sistema» que incorpora entidades públicas e privadas de saúde <strong>ao</strong> mesmo tempo.<br />

Quanto <strong>ao</strong> desinteresse e à indisponibilidade gerais da sociedade portuguesa para debater o sistema de<br />

saúde que deve vigorar no país ou em discutir sobre quem deve pagar — e a quem — os custos da<br />

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