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CABRAL, a Vitória do Proteccionismo. E, apesar de a «causa do comércio livre» ter hoje de ser
equacionada com uma complexidade de problemas interrelacionados (o dos contextos culturais, sejam
nacionais, regionais ou locais; problemas laborais, ambientais e, lato sensu, sociais) —, a verdade é que,
como o diz aquele comentarista (Público, de 5/12/99, pág. 47), o dito «falhanço» era previsível.
Já que «... não existe liderança política na América ou na Europa capaz de fazer sentir às pessoas que,
como escreve o “Economist” desta semana, “o comércio é antes do mais uma questão de liberdade;
quando um governo proíbe os seus cidadãos de comprarem artigos de um outro país, está a infringir a
sua liberdade”.».
Mas, diz ainda SARSFIELD CABRAL, tal «falhanço» «... muito tranquilizará os nossos governantes,
que, nestas coisas, só conseguem ver as possíveis maçadas de uma eventual menor protecção para o têxtil ou
para a agricultura de Portugal, esquecendo que uma pequena economia aberta ao exterior como a nossa
(aberta porque pequena, claro) só teria a ganhar com menos proteccionismo no mundo.(...)».
Então, que dizer dessa «aberração contestatária» que foi a dos que, a este propósito, justamente em
Seattle, U.S.A., clamavam, na rua e «aos berros...», contra uma inelutabilidade: contra, nada menos, do
que a «globalização» !
Fenómeno este, contestatário, de uma autêntica «irracional recusa da realidade», que se voltou a re-
petir, aquando do 30º. Forum Mundial da Economia, em Davos, Suíça, no decurso da última semana de Ja-
neiro/2 000, vindo, por isso mesmo, a ser apelidado — e muito acertadamente... —, de uma verdadeira «glo-
balfobia» !!!
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