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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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também nós temos vindo a referir — a perspectiva dita pós-moderna de J.P. LYOTARD: «Perdemos a<br />

fé no progresso, num futuro novo, na omnipotência da ciência e da razão, nas “grandes narrativas”<br />

(visões globais) que davam um sentido exaltante à história humana. Tudo ruíu»; e a perspectiva da<br />

modernidade radicalizada, ou Alta Modernidade, de ANTHONY GIDDENS [que considera ser o<br />

sociólogo de TONY BLAIR e da «Terceira Via», um caminho entre o socialismo (a velha esquerda) e o<br />

liberalismo (a velha direita)]:<br />

«Sob alguns aspectos, não estamos numa época de liquidação mas de radicalização da moderni-dade:<br />

extensão e globalização do capitalismo à escala planetária; emergência da economia da informação;<br />

transformações ligadas <strong>ao</strong> impulso da ciência e da tecnologia; difusão, por quase todo o Planeta, dos<br />

ideais da democracia. Vivemos em transição para uma sociedade cosmopolita, global, impulsionada<br />

pelas forças do mercado, pelas mudanças tecnológicas e pelas transformações culturais. Esta sociedade<br />

mundial não é conduzida por uma vontade colectiva. A modernidade é uma espécie de “máquina<br />

louca” que segue o seu caminho independentemente da vontade de cada um» — e diz o seguinte:<br />

«(...) Se, porém, a sociedade não é só estrutura, mas também liberdade alargada pela reflexão, é pre-<br />

ciso perguntar, como há dois mil anos: “Que <strong>fazer</strong> ?” A pobreza, a sida, a poluição, a droga, a violência,<br />

a mutação climática não conhecem nenhuma fronteira, nacional ou étnica, natural ou política. Como diz<br />

FREDERICO MAYOR, por acções que provoquem ondas sucessivas, é preciso ir do indivíduo à<br />

comunidade, da cidadania da proximidade à cidadania do universo, pensando a nível mundial e<br />

agindo a nível local. Sem dúvida. Mas onde ir buscar energia para ultrapassar a contínua verborreia dos<br />

diagnósticos e das propostas ?<br />

Dois conhecidos filósofos, de origem cristã, ambos ateus, um materialista (A.COMTE-SPONVILLE) e<br />

outro espiritualista (LUC FERRY), construíram um <strong>livro</strong> <strong>ao</strong> desafio, no con<strong>texto</strong> de um seminário de<br />

filosofia, para abrir as interrogações, delinear a problemática, traçar o itinerário de “uma espiritualidade<br />

para o nosso tempo: uma sabedoria para os Modernos” (Cfr. La Sagesse des Modernes, R. Laffont,<br />

1998).<br />

Tornar a vida uma obra de arte irrepetível, a partir da graça do amor incondicional: “Não é porque<br />

o mundo é amável que é preciso amá-lo; é na medida em que o amamos que ele é, para nós, amável<br />

(...). Só o amor nos faz suportar o mundo, combater o crime sem odiar o criminoso”» — os itálicos<br />

e os bold são nossos.<br />

Aliás, as afinidades e expectativas de ANTHONY GIDDENS em relação <strong>ao</strong> novo Partido Trabalhista<br />

britânico de TONY BLAIR podem ver-se explicados pelo próprio no Capítulo 14 da obra intitulada In<br />

Defence of Sociology: Essays, Interpretations and Rejoinders (citada na bibliografia anexa), capítulo<br />

justamente intitulado The Labour Party and British Politics, no qual explica porque esteve este partido<br />

tanto tempo afastado do poder e porque, finalmente, foram derrotados os Conservadores (devido à<br />

contradição, dissimulada no consulado de M. THATCHER, entre uma certa defesa de valores<br />

tradicionais, como a «família tradicional», símbolos tradicionais de legitimidade, religião e identidade<br />

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