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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Tudo isto não será superado enquanto não for substituído o modelo monista, centralista, bonapartista,<br />

administrativista e maioritariamente estatizado do Sistema Educativo, que é o que temos, por um<br />

modelo verdadeiramente pluralista e descentralizado, i. é, por uma pluralidade horizontal e diversifi-<br />

cada de muitas e diferentes escolas (com minúsculas), como instituições e pequenas comunidades<br />

edu-cativas locais, verdadeiramente autónomas e descentralizadas, mas socialmente contextualizadas<br />

(a que os jovens se sintam ligados por uma relação de pertença) e apenas vinculadas a um quadro<br />

normativo geral e abstracto mínimo, igual para todas.<br />

A isso se opõem, actualmente, não só a já referida mentalidade «socializante» (?!...) e estatocrata<br />

prevalecente da monista e exclusivista Escola Pública, como a existência, a nível nacional, de um<br />

corpo unificado de professores-funcionários, animados por uma mentalidade tribalística (como o diz<br />

o Prof. ARROJA) e agregados colectivamente em estruturas sindicais de interesse e de pressão, a<br />

quem convém terem um só Patrão — o Estado — como interlocutor único, para <strong>fazer</strong>em prevalecer<br />

os seus interesses profissionais e salariais e como garante de um emprego seguro, estável e durável...<br />

para toda a vida !<br />

Como o dizia alguém, numa entrevista televisiva, no dia de abertura das aulas do ano de 1996, com<br />

invulgar lucidez e coragem e a concordância surpreendente do próprio Ministro da Educação: o sistema<br />

educativo português existente está feito exclusivamente para os professores, não para os alunos !<br />

<strong>Um</strong> interessante, vivo e bem-intencionado ensaio, nos valores e nos princípios, quanto à problemática da<br />

Educação, e com um exacto e lúcido diagnóstico do nosso tempo, tanto a nível europeu e mundial, como<br />

a nível nacional, mas <strong>ao</strong> que supomos ainda pensado sobre o pano de fundo do modelo monista da<br />

Escola Pública, estatizada, unificada e centralizada, pode ver-se em GUILHERME d' OLIVEIRA<br />

MARTINS, Escola de Cidadãos, Cadernos Risco, Editorial Fragmentos, 1991.<br />

É que, neste problema, não basta mudar o discurso ideológico sobre a Escola, num eclectismo<br />

indiscriminado que concilia tudo com tudo, e juntar-lhe um liberalismo de fachada (com uns pózinhos<br />

de POPPER e de RAWLS), algum personalismo de MOUNIER, uns tantos autores na moda, mas<br />

sobretudo... a sacrosanta solidariedade socialista ! Nem basta <strong>fazer</strong> uns quantos «remendos» no<br />

sistema que temos, mas deixar tudo essencialmente na mesma ! É preciso mudar efectivamente as<br />

estruturas da realidade, as realidades institucionais que temos, para um modelo verdadeiramente<br />

outro ! Trata-se, verdadeiramente, de restituir a Escola à sociedade civil, e a uma sociedade civil<br />

verdadeiramente liberal, inserindo-a no nível social estrutural fundamental local, microssocial e<br />

contextual-concreto das «pe-quenas comunidades de vida e de saber», ou «mundos-da-vida», onde<br />

também se insere a família, como elemento intermédio e mediador entre esta e o nível da realidade<br />

social do mercado, das trocas livres e da simples comutatividade contratual e ainda o nível superior e<br />

ulterior da «comunidade política pública».<br />

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