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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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acabada “Volonté Générale”, que é o único Sujeito Jurídico-Político reconhecido, como um «Todo<br />

Colectivo» Suprapessoal e Totalitário, que não tem quaisquer limites, interna ou externamente: o<br />

único Sujeito é o Todo Colectivo, que absorve por <strong>completo</strong> os indivíduos e as suas liberdades, que<br />

deixam de existir, de ter qualquer subsistência e realidade como tais — é o exemplo teórico<br />

«Moderno» acabado da Democracia Totalitária, e por isso ele é tão caro a certa Esquerda, pelo menos<br />

aquela Esquerda mais antiga e avessa à Mudança.<br />

E a verdade é que o Totalitarismo desde cedo foi defendido, mesmo só no plano das ideias, por figuras<br />

que muitos ainda veneram e respeitam. A utopia totalitária e fechada visionada por PLATÃO (que<br />

mereceu, de muitos, a distinção com que o mimoseavam de «o divino filósofo») em A República (ver<br />

bibliografia anexa), também conhecida por Politeia, que considerava a melhor forma de governo a<br />

monarqia sofiocrática, i. é, o governo do Rei-Filósofo, e buscava, como todas as utopias e, ainda por<br />

cima, em nome do valor de Justiça, a sociedade perfeita, com o seu repúdio de todo o pluralismo, de<br />

toda a realidade efectiva e a sua «mentalidade espartana» e frontalmente contra a «democracia<br />

ateniense», é talvez o primeiro exemplo, na História das Ideias mais decisivas do legado clássico e de<br />

toda a Cultura Ocidental, do «totalitarismo», teorica e conscientemente assumido.<br />

E foi justamente por isso que KARL POPPER começou a denúncia dos «Inimigos» da Sociedade<br />

Aberta (mais do que propriamente dos da «Democracia»...), justamente com PLATÃO, sendo os seus<br />

dois outros principais alvos os defensores do que se poderá já dizer, ainda que só no Plano Teórico e das<br />

Ideias, o Totalitarismo Moderno: G.F.W. HEGEL e KARL MARX, este último beneficiando até de<br />

uma certa indulgência e compreensão iniciais de POPPER, que Nós nunca lhe concederíamos e de<br />

que o próprio POPPER depois se retratou: cfr. A Sociedade Aberta e os seus Inimigos, Edição<br />

portuguesa referida na Bibliografia Anexa.<br />

Diz DIOGO FREITAS DO AMARAL, comentando o pensamento de PLATÃO, na sua História das<br />

Ideias Políticas (citada na bibliografia anexa, págs. 107-108):<br />

«Para nós, homens do século XX — que vivemos um fortíssimo confronto intelectual e político entre<br />

marxistas e não marxistas, entre colectivistas e personalistas, entre partidários de uma economia<br />

socialista e de uma economia de mercado —, as concepções de PLATÃO têm o enorme interesse de<br />

mostrar que a crença na Justiça como valor superior à Liberdade, e no Estado como entidade superior <strong>ao</strong><br />

Homem, é uma ideia muito antiga. Há pelo menos 25 séculos que o totalitarismo desafia a democracia e<br />

a critica com vigor e aspereza; sabemos já que há também 25 séculos que grandes homens de Estado,<br />

como PÉRICLES, defendem a democracia; e veremos a seguir que também desde há 25 séculos<br />

filósofos não menos geniais do que PLATÃO, como ARISTÓTELES, procuraram desmontar<br />

racionalmente, um por um, os argumentos do colectivismo e os ataques à propriedade privada, <strong>ao</strong><br />

casamento, à família, <strong>ao</strong>s direitos dos pais à educação dos filhos, etc.<br />

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