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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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[Aproveitamos, no entanto, para inserirmos, aqui, o seguinte, justamente a propósito da dita «Virtude»<br />

da «To<strong>ler</strong>ância»:<br />

α) ⎯ Quanto a nós, a mera «To<strong>ler</strong>ância» — mesmo que possa ser algo mais do que a simples<br />

«indife-rença/alheamento», tal como, por exemplo, a entende JOHN GRAY, num seu entendimento-<br />

limite da mes-ma, que diz ser o único possível no con<strong>texto</strong> e nas condições sociais actuais do que ele<br />

designa como de um «pluralismo intratável»... —, nunca poderá ser, apesar de tudo, muito mais do<br />

que algo como que uma «aceitação paciente e resignada» de uma «realidade», contra a qual nada se<br />

pode <strong>fazer</strong> e que, portanto, tem que ser «aceite», justamente tal como ela, efectivamente, «é»: seja já<br />

a «realidade humana», em geral; seja a «realidade» de «um outro» concreto, tal como ele, em si<br />

mesmo, «é»; ou a «realidade social objectiva», que aí temos em face de nós, mesmo que não<br />

«gostemos» dela... Isto porque, justamente, como o diz o mesmo JOHN GRAY, se tem de ter em conta<br />

a incontornável, inevitável e universal «imperfectibilidade humana»...<br />

A simples «To<strong>ler</strong>ância» está, portanto, inexoravelmente, sob a égide do (pelo menos, «razoável»...)<br />

«Princípio da Realidade» Freudiano... Ou seja: de um «Realista» sentido prático de «Razoabilidade»,<br />

na vida, e/ou de elementar «Bom Senso» !<br />

β) ⎯Já, por outro lado, o «Ideal» hegeliano do, verdadeiro e autêntico, «Reconhecimento<br />

Universal do homem pelo homem» — que será, indubitavelmente, algo de «Muito Mais»<br />

daquilo que acabámos de re-ferir —, parece não passar, apenas, nas efectivas e reais «condições da vida<br />

corrente» de todos os dias (tanto hoje, como em qualquer outro «tempo»...), de um verdadeiro e<br />

raríssimo «Privilégio», que só «acontece», ou «ocorre», muito excepcionalmente; e/ou que, porventura,<br />

só «acontece», ou «ocorre», em relação a alguns, muito poucos, «seres humanos»...; ou mesmo até só<br />

em relação a alguns, muito «discretos» e «pontuais», ou até só muito «superficiais», «aspectos<br />

parcelares» de uma concreta «Pessoa--Ser Humano» !<br />

γ) ⎯ Assim, afinal, o verdadeiro, genuíno e integral «Reconhecimento» humano do<br />

«Outro/Seme-lhante/Próximo» Ser Humano — ainda e mesmo que, porventura, «não-igual»... —,<br />

parece só poder «acontecer/ocorrer» tanto quanto, ou apenas na medida em que, possa ser<br />

humanamente possível — e, justamente, apesar, ou para além, de as «Coisas» e as «Pessoas» serem,<br />

«na realidade», aquilo que efectivamente «são»... — «dar-se-nos» a «possibilidade» daquela,<br />

raríssima, mas absoluta, total, incondi-cionada e gratuita «disponibilidade/dádiva/doação», que se<br />

consubstancia no «Amor/Bondade Misericor-diosa» e/ou «Perdão» (a «Pietas»<br />

heideggeriana, noutro local <strong>deste</strong> mesmo Livro, já referida, ou «Compai-<br />

xão/Compadecimento/Pesar» — mas, sempre enquanto «Ágape»...), ou seja, ùnicamente no<br />

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