20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sobre a Psicopatia e as Personalidades Psicopáticas, podia ver-se, já em 1965, o Dicionário de<br />

Patologia Forense para uso de <strong>Jurista</strong>s, de GIAN CARLO SPIROLAZZI, Atlântida Editora, Coimbra,<br />

págs. 139-148.<br />

Todavia, a respeito daquela já referida polémica sobre a Génese destas patologias (sendo que, quanto a<br />

nós, mesmo que se conclua só no sentido favorável à Tese do mero condicionamento socio-<br />

ambiental, não se dando qualquer crédito às teses da herança genética ou hereditária, só<br />

predisponente, ou já decisivamente determinante — o que não pode deixar de nos parecer, posta logo<br />

assim a questão, em ter-mos de «tudo ou nada», um flagrante Êrro Crasso —, pode contudo<br />

acontecer que esse condicionamento sócio-ambiental possa ter ocorrido em fases tão precoces do<br />

desenvolvimento da Personalidade, designadamente, num con<strong>texto</strong> familiar primordial, que as<br />

patologias ou aberrações daí decorrentes pos-sam ter-se tornado já Estruturais e Caracteriais, i. é, já<br />

irremediáveis e inamovíveis, pelo que se torna uma pura Quimera a pretensão apenas bem-<br />

intencionada de uma qualquer Reabilitação Social já tar-dia e fora de tempo), aquele Texto antes<br />

citado diz designadamente o seguinte:<br />

«(...) Depois de muitas dezenas de anos de justificações psicanalíticas e investigações forenses,<br />

continua a não haver hoje qualquer consenso quanto às razões da existência de homicidas<br />

psicopatas. Provavelmente porque são tantas como as que levam a esmagadora maioria das pessoas a<br />

não o serem.<br />

As correntes fundamentais digladiam-se entre uma perpectiva fisiologista ou genética (em que os<br />

Psicopatas são, literalmente, “nascidos para matar”) e as teses do meio envolvente, em que a sociedade<br />

é a primeira responsável pelos comportamentos-limite que contra ela se assumem. Neste sentido, a ponte<br />

entre as versões que apontam para perturbações psiquiátricas (a partir das quais o Psicopata poderia ser<br />

consi-derado “Louco”) e as versões do estilo comportamental (em que o Psicopata “construiria” uma<br />

Persona-lidade Anti-Social, forjada por factores de educação, traumas de infância e vários<br />

constrangimentos socioló-gicos) não deixou ainda de ser controversa.<br />

No meio <strong>deste</strong> jogo algo confuso, é um facto que, em Portugal como na generalidade dos outros<br />

países, o Psicopata é em regra considerado Imputável, ou seja, é-lhe atribuída a plena consciência<br />

do que estava a <strong>fazer</strong> no momento do crime pelo qual é julgado».<br />

Mais à frente, diz-se ainda:<br />

«(...) Os Serial Kil<strong>ler</strong>s são um protótipo muito específico da Psicopatia. Distinguem-se dos restantes<br />

psicopatas por exercerem a sua violência de forma planeada e localizada, pelo modus operandi, e pela<br />

escolha das vítimas. Têm frequentes desvios pelo sadomasoquismo e pela necrofilia. Escolhem normal-<br />

mente um tipo de vítimas bastante específico e são pouco impulsivos, optando antes por um calculismo<br />

quase cerebral. Por isso mesmo, e pelo nível invulgar de inteligência, são muito difíceis de apanhar».<br />

Quase a concluir, diz ainda o mesmo <strong>texto</strong>:<br />

«(...) Em relação à Psicopatia, que irá crescer na mesma medida em que cresce o País, Portugal está<br />

confuso, vivendo submerso em concepções desactualizadas e na ausência de qualquer estudo<br />

426

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!