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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Àquele «propósito» ⎯ do «Conceito Psicológico» de «Sublimação Cultural» ⎯ e sôbre o Conceito<br />

pròpriamente «Estético-Filosófico» de «SUBLIME», diz-nos CARLOS BIZARRO MORAIS (na LOGOS,<br />

citada na Bibliografia Anexa, Volume 4., 1992, págs.1 321 a 1 325), o seguinte:<br />

«Sublime — do Latim Sub-Limen — significa, no sentido próprio, “elevado”, “grandioso”,<br />

“excelso”, “nobre”, por oposição <strong>ao</strong> que é meramente vulgar, excessivamente subtil, simplesmente<br />

agradável ou interessante. Desde a Antiguidade Clássica, este conceito teve uma enorme aplicação,<br />

sobretudo no con<strong>texto</strong> literário, retórico e estético.<br />

Como categoria Estética, o SUBLIME designa especificamente a Máxima Potência do Valor Poéti-<br />

co-Artístico, presupondo, por isso, uma extr<strong>ao</strong>rdinária capacidade intuitiva e condições intelectuais e<br />

emo-tivas de excepcional relevo. (...)».<br />

E, mais à frente:<br />

«(...) Foi na sua obra Beobachtungen über das Gefühl des Schönen und Erhabenem (1764) que KANT<br />

acolheu e renovou certas distinções que os pensadores anteriores tinham consagrado na teoria do SUB-<br />

LIME. Mas é na Kritik der Urteilskraft que KANT nos oferece uma teoria completa e inovadora do<br />

SUBLIME, em coerência com a sua Doutrina Transcendental.<br />

Para KANT, o SUBLIME define-se como aquilo por cuja possibilidade de ser pensado demonstra a<br />

presença de uma faculdade no nosso Espírito que transcende toda a medida e todo o limite sensível;<br />

nesse sentido, ele é a vivência em que o homem tem a oportunidade de se apreender na grandeza do seu<br />

Espírito.<br />

KANT distinguiu a “analítica do belo” da “analítica do sublime”. O Belo é de carácter finito,<br />

acabado, mensurável; o SUBLIME é infinito, inacabado, indeterminado e incomensurável. O Belo convém<br />

às nossas faculdades da imaginação e do entendimento e causa-nos prazer, devido a essa conveniência. Já o<br />

SUBLIME, podendo ser até informe, não é propício para provocar um sentimento de prazer estético, mas<br />

sim um sentimento que é uma simbiose de dôr, desconforto, a que se segue uma emoção geradora de alegria.<br />

A configuração <strong>deste</strong> sentimento do SUBLIME explica-se porque ele, por um lado, reflecte os limites da<br />

nossa natureza sensível e fenoménica, da nossa inadequação <strong>ao</strong> infinito; mas, por outro lado, ele sugere um<br />

além do nosso horizonte sensível e satisfaz o nosso desejo de superação metempírica e supra-sensível. O<br />

SUBLIME é, assim, o testemunho do nosso próprio ser espiritual, oscilando entre as limitações dadas pela<br />

sensibilidade e o infinito que a razão exige. (...)».<br />

E, em conclusão, diz-nos o mesmo Autor <strong>deste</strong> <strong>texto</strong>:<br />

«(...) A Estética Contemporânea, globalmente considerada, inverteu, face a KANT, a relação arte-<br />

-natureza e beleza-sublime, conferindo uma prioridade à arte e à beleza. O sentimento do SUBLIME<br />

deixou de estar tão conotado com temor e o terror, identificando-se mais com um sentimento de elevação<br />

<strong>ao</strong>s mais altos valores espirituais.<br />

Hoje, assiste-se a um alargamento Extra-Estético do campo semântico do SUBLIME, que se<br />

manifesta, não apenas na sua recondução à Esfera Artística, como também no uso que dele se faz; uso, não<br />

já estritamente Estético-Filosófico, mas “Cultural”. Este alargamento desalojou o SUBLIME como catego-<br />

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