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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Assistente do Departamento Autónomo de Direito da Universidade do Minho, intitulado A Construção<br />

Europeia: do Espaço Nacional <strong>ao</strong> Tempo Supra-Nacional, a págs. 37-44 do número de Janeiro-Junho de<br />

1997 da revista Scientia Ivridica, da Universidade do Minho.<br />

Referindo-se <strong>ao</strong>s modestos progressos da recente Conferência Intergovernamental de Amsterdão,<br />

sobre a revisão do Tratado da União Europeia (progressos «... mais quantitativos do que qualitativos...»),<br />

FRANCISCO LUCAS PIRES, no seu artigo de opinião intitulado Referendar Amsterdão: quê, porquê, pu-<br />

blicado a pág. 25 do semanário Expresso (caderno principal) de 8 de Novembro de 1997, discute a<br />

conveniência e a oportunidade de se referendar proximamente, em Portugal, aquele Tratado, e, partindo do<br />

pressuposto de que a construção europeia é mais um «processo» do que um «desígnio último», diz:<br />

«(...) Que há, de facto, de muito novo e substancial no Tratado de Amsterdão ? Eis, então um bom<br />

pre<strong>texto</strong> para referendar a própria continuidade, ou não, do processo de integração, agora política, social e<br />

pan-europeia — não apenas económica e ocidental. <strong>Um</strong> referendo nestas condições servirá, sobretudo, para<br />

completar o processo de apaziguamento e passar à frente».<br />

E continua, mais à frente:<br />

«(...) A questão sobre se aceitamos ou não a continuidade da participação portuguesa no “processo” de<br />

“união cada vez mais estreita dos povos europeus” (artigo A do TUE) tem, aliás, outras vantagens. Não só<br />

funda uma nova legitimidade — a popular — de todo o processo de integração no seu conjunto, como<br />

levanta a lebre dos seus potenciais adversários de princípio, ou “in totum”, tanto à esquerda como à direita.<br />

Sem esse significado, vasto e clarificador quanto prenhe de dinamismo futuro, o referendo europeu poderia<br />

ser vítima do excesso de consenso e não mobilizar os 50 por cento de votantes necessários.<br />

Agora que está na Constituição e não temos de ir metê-lo lá atrás dos últimos foguetes, o referendo já<br />

não será um expediente e trará clareza e força <strong>ao</strong> processo de integração. Sendo a primeira vez que o povo se<br />

pronunciará directamente sobre o presente e o futuro desta integração, que também o é de “povos”, não<br />

apenas de “estados”, é positivo que o possa <strong>fazer</strong> sobre o essencial — o continuar ou não nesse processo<br />

como parte. E não ficará, aliás, precludido, que outras dificuldades de tipo mais material e concreto sejam<br />

adiante decididas através dessa via de democracia directa».<br />

Quanto a nós, com toda a consideração que nos merecem estas considerações, todavia perguntamos,<br />

porque àcerca disso temos as maiores dúvidas, se, na fase (nacional-interna e comunitária) do processo de<br />

integração europeia em que nos encontramos, será acertado, oportuno e pertinente, para Portugal, depois<br />

de todo o caminho já percorrido, submeter agora a «integração europeia» de Portugal a um qualquer<br />

referendo — como se houvessem quaisquer dúvidas justificadas a esse respeito, agora, ou tivéssemos<br />

qualquer espécie de «complexo democrático» que nos obrigasse, por um qualquer «complexo de culpa»<br />

de ter feito tudo «nas costas do povo», a ir-lhe agora perguntar se «Sim» ou «Não» devemos continuar<br />

nesse caminho !...<br />

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