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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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8 - Dois Temas Polémicos: a «Educação» e a «Saúde».<br />

A persistência obstinada em Portugal da mentalidade e do pensamento estatocrata e socialista, bem<br />

patente na identidade genética da Constituição da República Portuguesa de 1976 que temos — e<br />

atraves-sando praticamente, hoje, todos os partidos da nossa cena política (seja na veste de socialismo<br />

hard ou soft, de social-democracia ou de catolicismo social), mesmo os que, porventura por opção<br />

ideológica, era suposto combaterem-nos e tentar superá-los —, suscitam-nos as seguintes reflexões para<br />

dois sectores da nossa sociedade particularmente críticos e sensíveis a este respeito e onde mais se têm<br />

evidenciado os aspectos negativos e destruidores daquela mentalidade e daquele pensamento: a<br />

Educação (Juventude) e a Saúde.<br />

A) — A Juventude, especialmente na Adolescência — e tanto mais quanto o fundamentalmente am-<br />

bivalente «estatuto psico-afectivo» e «socio-económico», bem como «moral e cultural», desta<br />

adolescên-cia, se prolongar no tempo, muitas vezes até já mesmo «para além» de ultimados os<br />

«estudos superio-res», supostos como a «meta última» ante-profissional (portanto, muitas vezes, já<br />

bem dentro da faixa etária entre os vinte e tantos anos... e a caminho dos trinta...); e ambivalência<br />

aquela em que conflituam, contraditoria e, quantas vezes, mesmo agonística, dolorosa e<br />

dramaticamente: por um lado, as «aspira-ções» inexoráveis e mais do que legítimas do jovem à<br />

emancipação, autonomia, independência, adultícia e liberdade «pessoais»; e, por outro lado, o ainda<br />

arrastado «lastro da realidade», incómodo e tolhedor, de uma dependência, a todos os níveis, da sua<br />

«família de origem», bem como das exigências, não menos legítimas, que <strong>ao</strong> jovem continuam sendo<br />

feitas, por parte desta, de «participação», de «corresponsabili-dade» e de «solidariedade» familiares<br />

..., e apesar de o mesmo jovem continuar a «esperar» (quando não mesmo a «exigir»...), dessa mesma<br />

«família», todo o apoio indispensável (pelo menos logístico e financei-ro) e as mesmas segurança e<br />

protecção que, desde sempre, vinha recebendo desde a sua «Infância» —, já é, de sua natureza, tanto de<br />

um ponto de vista psicológico, como de um ponto de vista sociológico, uma faixa etária Para-Marginal<br />

!!!<br />

Não tanto por ser eventualmente um grupo social minoritário, quantitativamente, em relação à<br />

generalidade da população — pode até nem o ser —, mas mais por ser, qualitativamente, uma fracção<br />

da população ainda não «inserida» socialmente, por via de regra, nos núcleos mais integrados e<br />

integradores da sociedade — daí a importância que, nesta fase, têm os «amigos» e os «grupos<br />

juvenis» avulsos e soci-almente desinseridos (com um estatuto sociológico a tender fortemente para a<br />

«clandestinidade global»: bandos, gangs, etc.), bem como o «ambiente, cultural e social» extra-<br />

familiares, como «suportes» huma-no-afectivos «de recurso», narcìsicamente muito mais<br />

facilitadores da obtenção imediata da chamada «gratificação instantânea» (o que é muitas vezes<br />

jogado, pelo próprio jovem, «contra» a sua própria «família-de-origem», por via de regra já não tão<br />

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