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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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egionais, desen-volvida até <strong>ao</strong>s limites últimos das suas potencialidades e possibilidades intrínsecas,<br />

mesmo radicalizada, e originando, por isso, novas imensas diversidades e incomensuráveis pluralismos.<br />

Mas agora também mais consciente de si própria e desses mesmos limites, em revisão paradigmática<br />

ou reflexão auto-analítica e auto-crítica, em aprofundamento cultural e, quiçá, mesmo em auto-<br />

supera-ção. É esta uma perspectiva, a de BARRY SMART, que acolhemos com simpatia, desde logo<br />

porque também ele afasta e rejeita toda a espécie de «dogmatismos modernos» que, quer se digam<br />

liberais (de Esquerda ou de Direita), quer socialistas e/ou marxistas, nada mais fazem do que<br />

simplesmente enquistarem-se autisticamente nas suas posições tradicionais, auto-definidas como<br />

exclusivistas e supostamente eternas (sem evolução, sem adaptação e sem crítica, ou «sem luto») e em<br />

negarem ideolo-gicamente a própria «realidade» e a radical «problematicidade» do mundo global dos<br />

nossos dias, a ca-minho de novas incógnitas e de mais um enigmático «Fin-de-Siécle».<br />

d) — Também ANTHONY GIDDENS, em The Consequences of Modernity, Polity Press, Cambri-dge-<br />

U.K. & Blackwell Publishers, Ox-ford-U.K., 1990, 1991, 1992, 1993 e 1995, entende que os mais<br />

recentes transformações e desenvolvimentos (filosóficos e não só) da Modernidade devem ser vistos<br />

«... como “a modernidade atingindo a sua auto-compreensão”, mais do que a superação da<br />

modernidade como tal» — pág. 48.<br />

E diz ainda:<br />

«Mais do que esses desenvolvimentos (filosoficamente, refere-se à superação do fundacionalismo e <strong>ao</strong><br />

“niilismo” de NIETZSCHE e de HEIDEGGER) nos levarem “para além da modernidade”, eles<br />

fornecem uma mais completa compreensão da reflexividade inerente à própria modernidade.<br />

A modernidade é inconstante não só por causa da circularidade da razão, mas porque a natureza<br />

dessa circularidade é em último termo problemática. Como podemos justificar um empenho na razão<br />

em nome da razão ? (...) A modernidade vem a revelar-se enigmática no seu próprio núcleo, e não<br />

parece haver caminho por onde este enigma possa ser “superado”. Somos deixados com perguntas<br />

onde antes parecia haver respostas, e argumentarei de seguida que não são só os filósofos que se<br />

apercebem disto. <strong>Um</strong>a consciência geral do fenómeno filtra ansiedades que pressionam toda a<br />

gente» — pág. 49.<br />

E ainda:<br />

«A ruptura com as visões providenciais da história, a dissolução do fundacionalismo, juntamente com a<br />

emergência do pensamento contrafactual orientado para o futuro e com o “esvaziamento” do progresso<br />

pela mudança contínua, são tão diferentes das perspectivas nucleares do Iluminismo que garantem a<br />

visão de que ocorreram efectivamente transições de longo alcance. Todavia, referir-se a estas como<br />

pós-modernidade é um erro que falha uma compreensão precisa da sua natureza e implicações. As<br />

disjunções que tiveram lugar deviam antes ser vistas como resultado da auto-clarificação do<br />

pensamento moderno, à medida que os restos de visões de tradição e providenciais são afastados. Nós<br />

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