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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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específico e peculiar. As hipóteses analíticas, quando postas a outros níveis da realidade, só podem então<br />

ter validade a esses mesmos níveis se as leis do estrato de realidade a que são aplicadas<br />

probabilisticamente as verificarem. De outra forma, o pretenso universalismo explicativo redunda em<br />

pura ideologia» — os itálicos e bold são nossos.<br />

[No entretanto, diga-se, em abono da Verdade que, o mesmo CARLOS AMARAL DIAS, acabado<br />

de citar, desde já há muito tempo ⎯ e a exemplo, de resto e desde logo, do próprio FREUD, com o seu<br />

Malaise Dans la Civilization (citado Bibliografia Anexa) ⎯ que «Ultrapassou» (= «Transgrediu» ???)<br />

aqueles mesmos «Limites», acima (e, por si próprio) enunciados, quanto a uma «Utilização» da Psicanálise<br />

e dos «Conhecimentos Psicanalíticos» no ... «Extra-Muros» do (restrito) Setting «Analítico»: por exem-<br />

plo, alargando essas «Abordagens» («Approaches») a Todo o, Mais Vasto, «Nível Global» da Cultura<br />

e/ou da Civilização, ou da própria Sociedade Global !!! Com o que, assim se transmuda a Psicanálise nu-<br />

ma «Analítica/Hermenêutica» como qualquer outra: de «Si-Próprio» ⎯ como «Ek-Sistência», como<br />

«Espírito» e como «Pessoa», desde logo; dos «Outros/Próximos» ⎯ como «Ek-Sistências», como<br />

«Espíritos» e como «Pessoas», também; do «Mundo» ⎯ da «Sociedade» e da «Cultura/Civilização»<br />

Globais; ou do «Espírito Epocal»; da «Vida»; do «Ser» em Geral, Etc... ].<br />

Mas, prosseguindo a linha que vínhamos desenvolvendo um pouco antes, como o diz Realisticamente<br />

(e Pessimisticamente...) o próprio FREUD (cfr. referência já feita, pág. 20):<br />

«Vê-se bem, é simplesmente o princípio do prazer que determina o objectivo da vida, que governa<br />

desde as origens as operações do aparelho psíquico; nenhuma dúvida pode subsistir quanto à sua utilidade,<br />

e contudo o universo inteiro — tanto o macrocosmos como também o microcosmos — procuram<br />

obstacularizar o seu programa. Este é absolutamente irrealizável; toda a ordem do universo a ele se opõe;<br />

ser-se-ia tentado a dizer que de nenhum modo entrou no plano da “Criação” que o homem seja “Feliz”.<br />

O que chamamos felicidade, no sentido mais estrito, resulta de uma satisfação frequentemente repentina<br />

de necessidades que tenham atingido uma alta tensão, e não é possível pela sua natureza senão sob a forma<br />

de um fenómeno episódico. Toda a persistência de uma situação que fez desejar o princípo do prazer não<br />

dá origem senão a um bem-estar bastante morno; estamos assim de tal modo feitos, que só o contraste é<br />

capaz de nos proporcionar um gozo intenso, apesar de que um tal estado mesmo, não o atingirmos senão<br />

muito raramente. Assim, as nossas faculdades de felicidade são já limitadas pela nossa constituição. Ora,<br />

é-nos muito menos difícil experimentar a infelicidade. O sofrimento ameaça-nos de três lados: no nossso<br />

próprio corpo, que, destinado à decadência e à dissolução, não pode mesmo passar sem esses sinais de<br />

alarme que constituem a dôr e a angústia; do lado do mundo exterior, o qual dispõe de forças invencíveis e<br />

inexoráveis para se encarniçar contra nós e nos anular; a terceira ameaça, enfim, provém das nossas<br />

relações com os outros seres humanos. O sofrimento proveniente desta fonte é mais duro talvez do que<br />

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