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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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perturbadoras forças externas», uma espécie de «elasticidade orgânica» ou «inércia inerente à vida<br />

orgânica», nos termos do próprio FREUD, o qual, segundo a interpretação de HERBERT MARCUSE, teria<br />

<strong>deste</strong> modo enfatizado, aliás, a natureza comum das duas pulsões ou instintos básicos, i. é, «... a<br />

descoberta da fundamental tendência regressiva ou “conservadora” em toda a vida instintiva»: cfr. Eros<br />

e Civilização, 3ª. edição, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1968, pág. 42 e seguintes.<br />

O Mal, neste sentido, está sempre potencialmente dentro do homem (a nossa intrínseca «violência<br />

fundamental») e, sob o efeito de certas circunstâncias e condicionalismos favoráveis, ou em certas situações<br />

sociais ou da vida, pode sempre «emergir» e manifestar-se, tanto internamente, como externa-mente.<br />

E embora se possa legitimamente distinguir entre uma Agressividade Benigna (que se encontra <strong>ao</strong><br />

serviço e na defesa da vida) e uma Agressividade Maligna (que é contrária à vida e que prejudica, não só<br />

quem ou o que é agredido, como também o próprio agressor) — veja-se ERICH FROMM, explicado por<br />

NICOLA ABBAGNANO, em Nomes e temas da filosofia contemporânea, Publicações Dom Quixote,<br />

Lisboa, 1990, págs. 101-102 —, o facto é que a segunda encontra manifestações imponentes em fenómenos<br />

tanto Espontâneos, como a destrutividade vindicativa e a destrutividade estática (orgias, droga, puro exercí-<br />

cio da crueldade, etc.), como em fenómenos Caracteriais, como o sadismo e o masoquismo, sendo a sua<br />

expressão mais alta a necrofilia, como paixão por tudo o que é morto, podre ou doente, ou como interesse<br />

virado para tudo o que é mecânico por oposição a tudo o que é vivo.<br />

Aliás, um testemunho «autorizado» como o do Psicanalista Português CARLOS AMARAL DIAS,<br />

na obra O Negativo—Ou o Retorno a Freud, 1999 (obra já antes referida e também na bibliografia anexa), a<br />

págs. 74, quando perguntado, numa conferência:<br />

«Mas, como é que neste con<strong>texto</strong> vê a pulsão de morte ?» —, respondeu:<br />

«A pulsão de morte é a reposição pelo não sendo, do estado originário ! Foi, aliás por aí que<br />

FREUD a afirmou. FREUD afirmou a pulsão de morte como um “não ser”, que se organiza como resposta<br />

à “dor de ser”. E, o que é a pulsão de vida ? A pulsão de vida é SER como resposta, é a fundamentação<br />

escapante do desejo face à morte. Somos desejantes, neste con<strong>texto</strong>, que atravessa dois nadas. Essa é a su-<br />

portabilidade da condição da relação <strong>ao</strong> nada, expressa por SARTRE no seu <strong>livro</strong> O Ser e o Nada».<br />

Todavia, quanto a nós, resta saber se, a assim denominada, por FREUD, e tão temida ou tão relutante-<br />

mente admitida, «Pulsão de Morte» (Thanatos») não será, afinal ⎯ não tanto, propriamente, um genuíno<br />

«Desejo<br />

de Morte»<br />

⎯, mas talvez mais ⎯ como já assim a tinha «interpretado», nos «Anos 60», HER-<br />

BERT MARCUSE [Cfr. Eros e Civilização, citado na bibliografia anexa] e que, actualmente e <strong>ao</strong> que nos<br />

«parece», vem a ser corroborado pela mais recente «reflexão» analítico-filosófica de CARLOS AMARAL<br />

DIAS [Cfr. O Negativo..., já aqui referido] ⎯, antes ⎯ e dentro do quadro da bi-polaridade dialéctico-pul-<br />

sional e/ou bio-psíquica, dita (em língua inglesa) como «Tension/Free»... ⎯, algo assim como uma Ten-<br />

dência (ou Desejo, ou Tentativa, senão mesmo «Necessidade»...) de «manter o equilíbrio» (homeostasia),<br />

da «tensão bio-psíquica», no seu «mais baixo nível possível» ⎯ e/ou com «o menor custo», ou «dispên-<br />

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