20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tendo marcado o Século XX português, considera SALAZAR, justamente, o político «mais português<br />

de Portu-gal». E isto porque:<br />

«(...) A sua figura condensa o que o país tem de pequeno, mesquinho, caseiro e uma certa grandeza que<br />

se traduz no orgulho, na coragem de saber estar só, no mito do Império. (...)».<br />

E conclui assim, o mesmo <strong>texto</strong>:<br />

«(...) O certo é que, perdendo quase todas as batalhas, SALAZAR marcou profundamente um certo<br />

modo de ser português, que ainda hoje perdura».<br />

Como reconhece ainda aquele último autor (FUKUYAMA, obra acima referida, pág. 63):<br />

«Mas as sociedades socialistas não eram as únicas a apresentarem associações intermédias<br />

enfraquecidas. Muitos países latinos católicos, como a França, a Espanha, a Itália (e Portugal ? —<br />

perguntaremos nós...) e um elevado número de nações latino-americanas, apresentavam uma distribuição<br />

de organizações em forma de sela, com famílias fortes, um Estado forte e relativamente pouco no meio.<br />

Desnecesário se tornará dizer que estas sociedades são, em muitos e importantes aspectos,<br />

completamente diferentes das socialistas, nomeadamente quanto <strong>ao</strong> seu enorme respeito pela família.<br />

Mas, a exemplo das sociedades socialistas do nosso tempo, alguns países latinos católicos possuem um<br />

défice relativo de grupos sociais intermediários na zona compreendida entre a família e as grandes<br />

organizações centralizadas, como a Igreja e o Estado».<br />

Isto, apesar do «optimismo» <strong>deste</strong> último autor (obra acima referida, pág. 50) sobre a evolução do<br />

Catolicismo na 2ª. metade do século XX (anos 60, 70 e 80), em Países Latinos Católicos como a<br />

Espanha, Portugal, Itália e Argentina, e a sua «reconciliação» com a Democracia e com o<br />

Capitalismo moderno, citando, quanto a este último item, a interpretação benevolente e algo crédula<br />

de MICHAEL NOVAK da Encíclica Centesimus Annus de JOÃO PAULO II.<br />

E apesar de algumas pessoas reconhecerem que, mais recentemente, em Portugal, a Igreja Católica tem<br />

vindo a «perder o pé», quer pela perda de «eficácia» na sua influência cultural e religiosa, quer pela<br />

«concorrência» de outros mais recentes credos e seitas, quer talvez ainda pela progressiva<br />

«laicização» da sociedade portuguesa — como atrás já havia sido assinalado, por exemplo, por<br />

CARLOS AMARAL DIAS...<br />

[É por isso mesmo que, acontece que nem sempre podemos estar de acordo com tudo o que diz e<br />

escreve JOÃO CARLOS ESPADA, com quem geralmente sintonizamos. No seu <strong>texto</strong> intitulado<br />

Catolicismo e Democracia (Semanário Expresso de 28 de Março de 1998, pág. 23), o qual consideramos<br />

uma autêntica «deriva reconciliatória» do seu pensamento conhecido, para explicar «... a homenagem<br />

unânime que crentes e não crentes prestaram à memória de D. ANTÓNIO RIBEIRO», último Cardeal-<br />

-Patriarca português falecido justamente nessa semana, a qual (unanimidade na homenagem) se deveria<br />

a que:<br />

327

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!