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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Por outro lado, pode ver-se a entrevista concedida <strong>ao</strong> Expresso-Revista de 26 de Julho de 1997 pelo<br />

jornalista MIGUEL SOUSA TAVARES, sob a epígrafe geral «Assistimos a uma cultura da imbecilidade»,<br />

onde ele justifica o seu abandono da actividade telivisiva e, entre outras coisas, diz o seguinte sobre o<br />

crescente desinteresse do público sobre a informação séria e o debate político:<br />

«O conhecimento é hoje uma arma profissional, um factor de produção cada vez mais importante.<br />

Nesse sentido, penso que aquilo que poderemos denominar luta de classes moderna vai passar a travar-se<br />

entre os que têm e os que não têm informação e cultura, entre os que sabem e os que não sabem. E este país<br />

parece caminhar para uma sociedade de ignorantes, na qual o único objectivo é distrair as pessoas e não<br />

informá-las. Como se chegou aqui, não sei. Mas penso que isto é visível não apenas em televisão, mas em<br />

todos os tipos de imprensa e mesmo nas escolhas públicas. A massificação da informação levou a critérios<br />

de audiência que predominam em relação a tudo o resto».<br />

respondeu:<br />

E perguntado mais à frente: «O que se pode <strong>fazer</strong> para alterar esse paradigma de mediocridade ?»,<br />

«É preciso pensar e pensar a longo prazo. É preciso que haja códigos morais de comportamento e ser-<br />

se inflexível em relação a eles. É preciso que não se perca aquilo de que falei há pouco que é um sentido de<br />

utilidade social, não apenas para a informação, mas para toda a programação. E é preciso marcar uma<br />

fronteira inultrapassável que é a de não aceitar submeter a informação a critérios de audiência. Ver-se<br />

telejornais a abrir meses seguidos com crimes, com sangue, com crianças violadas... Não por serem essas as<br />

notícias do dia, mas por serem as notícias que dão audiências ! Isto é uma vertigem que é preciso parar. A<br />

prazo, os jornalistas estão a acabar com a sua profissão, a menos que construam uma barricada da qual<br />

recusem sair. E essa barricada é <strong>fazer</strong>mos os jornais pelos estritos parâmetros do interesse público e<br />

jornalístico».<br />

Do mesmo modo, veja-se, também, por exemplo, a entrevista de VASCO GRAÇA MOURA, conce-<br />

dida à Revista Mensal «GRANDE REPORTAGEM» [Nº.: 135º., Ano XIII-2ª. Série, de Junho/2 002,<br />

Págs.: 42 a 49] sob o título: «O Escritor sem Utopias»:<br />

«(...) ⎯ G.R.: E que objectivos (do Estado, por intermédio da Televisão Pública) são esses ?<br />

⎯ V.G.M.: Os chamados objectivos de Serviço Público, com muitos aspectos ligados à Cultura,<br />

como é evidente, mas isso não tem necessàriamente de ser tutelado pelo Ministro da Cultura. Não há muitas<br />

razões pró nem contra».<br />

«(...) ⎯ G.R.: <strong>Um</strong> canal só basta ?<br />

⎯ V.G.M.: <strong>Um</strong> canal só basta. Num país como Portugal, com as dificuldades que tem a Televisão<br />

Portuguesa, acho que um canal exigentemente estruturado bastaria. Não estou a dizer que o ideal não<br />

fosse dois canais, mas ...<br />

⎯ G.R.: E não muito preocupado com as audiências, então ?<br />

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