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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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É que, como o justifica o político ARONS DE CARVALHO, no mesmo local antes referido: «Não<br />

são os jornalistas que têm direitos a mais, mas sim os cidadãos que têm protecção a menos perante um<br />

certo jornalismo desonesto».<br />

Finalmente, sobre a impossibilidade (melhor, talvez: inviabilidade) do Pensamento Abstracto em<br />

face do Império da Imagem que nos é hoje imposto, volens nolens, pela Televisão em geral, veja-se a curta<br />

«Caixa» publicada no Expresso-Revista de 14 de Agosto de 1998 (pág. 64), a propósito da publicação,<br />

justamente sobre esse tema, de um recente ensaio intitulado Homo Videns, da autoria de um dos mais<br />

prestigiados fundadores da ciência política (no sentido contemporâneo) e responsável pela respectiva<br />

importância, a nível global, da escola italiana — GIOVANNI SARTORI —, que também é entrevistado<br />

nesse local, a propósito todavia já da temática dos «sistemas políticos».<br />

Ainda dentro desta temática, não poderemos deixar de referir que aquele por nós mais atrás acautelado<br />

direito da reserva da intimidade da vida privada, bem como todos os demais «direitos» estritamente<br />

pessoais então referidos — os quais, insistimos, não podem, nem devem, deixar de ser respeitados,<br />

dentro de uma certa margem de «flexibilidade» e de «bom-senso», mesmo nos casos das chamadas<br />

«figuras públicas» (sejam elas políticas, ou outras...) —, foram inteira e literalmente triturados e<br />

reduzidos a zero, no caso do chamado «escândalo sexual» do Presidente norte-americano BILL CLINTON<br />

com a sua dita «assistente» MONICA LEWINSKY, assunto que preencheu, praticamente, todos os<br />

noticiários (quer nas televisões, nas rádios, nos jornais e, finalmente, escancaradamente na própria<br />

INTERNET e na Televisão por Cabo), <strong>ao</strong> longo de todo o ano de 1998.<br />

Com uma nuance e com uma pequena diferença, porém: é que as obscenas e escabrosas descrições e<br />

divulgações públicas do «caso», não foram agora já só imputáveis à habitual «voracidade» e<br />

«insaciabilidade» dos media, mas foram-lhes, a estes, antes «servidas de bandeja» pela própria classe<br />

política norte-americana, dita «politicamente correcta», designadamente através da sanha persecutória que<br />

lhe é própria e que culminou na divulgação pública, em todos os meios de comunicação social (INTERNET<br />

incluída), primeiro do chamado «Relatório STARR», reproduzido também em múltiplas publicações escritas<br />

de grande tiragem para o grande público, bem como na posterior divulgação, até já em cópias-vídeo para as<br />

estações de TV, do interrogatório e questionamento directos à pessoa do Presidente e do seu depoimento e<br />

defesa pessoais perante o chamado Grande Júri, para satisfação do insaciável voyeurismo do público<br />

consumidor, já que se esperava um espectáculo de imagens de humilhação e de indignidade no<br />

comportamento pessoal do Presidente, enquanto era visionado.<br />

Agora, já são o próprio «poder judiciário» e o próprio «poder político» que promovem a devassa<br />

escancarada e a humilhação mais crua, em «praça pública», sem quaisquer escrúpulos ou pudor (e tanto<br />

melhor quantos mais pormenores sórdidos houver), da intimidade da vida privada de um homem de Estado,<br />

mesmo que os affaires propriamente ditos (i. é, as relações sexuais, «próprias» ou «impróprias», que terão<br />

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