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axiológica que os tornasse a todos igualmente válidos. Nem todos, portanto, «devem» ser aceites e/ou
promovidos e acarinhados. Daí que, uma pretensa «educação sexual» a ser posta em prática pelas
Escolas Públicas do Estado, não deve furtar-se, antes do mais, a enunciar explicitamente quais os
critérios e padrões normativo-culturais a que se vincula, implicitamente, clarificando esse ponto
com inteira visibilidade pública, para que não seja coarctada, aos alunos e às famílias destes, a
Liberdade para escolher a que se referia o primeiro texto de J.C. ESPADA — e não refugiar-se, essa
pretensa «educação sexual», numa suposta neutralidade ou assepsia normativo-cultural, que tudo
legitima e que tudo promove, ou seja, que patrocina, afinal, apenas a permissividade irrestrita e
incondicional.].
[Naquele trabalho jornalístico que começámos por referir, antes deste desvio por entre parêntesis rectos,
se fala também da inadequação dos sistemas punitivo e prisional portugueses para lidar com aquelas
referidas realidades antropológicas.
Conforme aí se diz, de acordo com um estudo de RUI ABRUNHOSA GONÇALVES, psicólogo da
Universidade do Minho especializado em psicopatia:
«(...) Um Psicopata tem traços de personalidade muito específicos: demonstra carisma e algum encanto
superficial, é de uma grande frieza afectiva, egocêntrico e sem remorsos ou sentimentos de culpa. É
persuasivamente mentiroso, extremamente manipulador e de comportamento anti-social. Sendo pacato
na aparência, é muito impulsivo, sendo capaz de explodir em nervos e raiva incontroláveis. Os seus
crimes são cometidos a sangue-frio, de forma gratuita. O psicopata distingue-se dos restantes
delinquentes pela prevalência dos seus sintomas: é quase sempre um ofensor crónico e violento,
vitimizando os que os rodeiam desde a infância. Pode, pelas circunstâncias, nunca chegar a matar. Mas
quando mata, fá-lo com terrível frieza e grande violência. A evidência clínica e empírica sugere que, à
medida que envelhece, o psicopata não melhora, mantém-se igual. Ou seja, o tempo passado na prisão
não parece ser método suficiente para o “recuperar”. E é mais inteligente que a média dos delinquentes».
O texto cita ainda aquele psicólogo, que disse que: «... afirmar que 15% dos nossos 11 mil presos são
psicopatas é provavelmente uma estimativa por baixo».
O texto diz ainda que:
«Para RUI ABRUNHOSA GONÇALVES, estas tragédias (crimes violentos antes descritos no mesmo
texto) poderão acontecer com menos frequência caso se avalie sistematicamente a existência e o grau de
psicopatia dos reclusos nacionais. Para o efeito, propõe antes de mais a aplicação a todos os recém-
-condenados de um instrumento que identifique e meça a psicopatia. O instrumento proposto é uma
Check-list de Psicopatia Revista, o PCL-R, da autoria do psiquiatra e criminológo canadiano ROBERT
HARE, uma das maiores autoridades mundiais neste campo. (...) Mas ABRUNHOSA GONÇALVES
defende mais: a criação de prisões de alta segurança, onde os reclusos considerados de perfil
psicopático e alto nível de perigosidade sejam melhor controlados, a atribuição de penas de prisão por
tempo indeterminado e, eventualmente, programas específicos de reabilitação».
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