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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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3. — A Racionalidade que consiste numa actividade comunicativa,<br />

numa relação entre sujeitos,<br />

se-<br />

gundo o esquema sujeito/sujeito, que se manifesta num discurso<br />

comunitária e dialógico-dialéctica de argumentos, como racionalidade<br />

argumentativo,<br />

numa troca<br />

prática,<br />

dirigida menos à<br />

razão, em si, do que a razões mobilizáveis na situada dialéctica prática de uma controvérsia, e que<br />

admite diferenciações:<br />

α) — ou uma racionalidade axiológica (Wertrationalität); ou uma racionalidade<br />

finalística<br />

(Zweckrationalität) — MAX WEBER e W. MAIHOFFER: segundo este último autor, integra-se no<br />

segundo tipo de racionalidade o comportamento humano que «tem o seu fundamento no benefício ou<br />

no prejuízo, fundamento segundo o qual o homem se deixa determinar como um sujeito inteligente<br />

(Verstandessubjekt = sujeito de razão abstracta ou de inteligência e utilidade): eu quero, porque isto me<br />

é útil»; e integra-se no primeiro tipo o comportamento que «tem o seu fundamento em princípios ou<br />

normas, fundamento segundo o qual o homem se determina como uma pessoa de razão<br />

(Vernunftperson = sujeito e pessoa de razão espiritual ou cultural) que compreende o mundo do global<br />

ponto de vista da rectidão e moralidade: eu quero porque tenho isto por recto, por bem»;<br />

β) — ou ainda uma racionalidade prática de sentido<br />

validade — pelo fundamento<br />

substancial ou material<br />

material),<br />

ou uma racionalidade prática de sentido<br />

(legitimação —<br />

processual<br />

(procedi-mental) ou formal («legitimação — validade — pelo processo»: NIKLAS LUHMANN ⎯<br />

«Legitimation durch Verfahren»).<br />

Mais subdistinções e análises são possíveis dentro <strong>deste</strong>s subtipos, que o Autor considera e expõe, e<br />

até mesmo combinações e convergências várias.<br />

c) — Já agora e ainda neste con<strong>texto</strong>, não deixa de ser de algum modo Pertinente recolhermos um im-<br />

portante contributo teórico-conceptual, provindo, justamente, da Psicanálise, no seguinte <strong>texto</strong> do<br />

Psicana-lista WILFRED BION, intitulado <strong>Um</strong>a Teoria do Pensar (1961), que encontramos apud<br />

CARLOS AMA-RAL DIAS, O Negativo—Ou o Retorno a Freud (citado na bibliografia anexa), 1999,<br />

págs. 103-104:<br />

«(...) Os “Pensamentos” podem ser classificados, de acordo com a natureza da sua história de desen-<br />

volvimento, como préconcepções, concepções ou pensamentos e, finalmente, conceitos. Os conceitos<br />

são nomeados e, portanto, são concepções ou pensamentos fixados. A concepção inicia-se através da<br />

conjunção de uma préconcepção com uma realização. A préconcepção pode ser considerada como o<br />

análogo, em psicanálise, do conceito de KANT de “pensamentos vazios”. Do ponto de vista<br />

psicanalítico, a teoria de que o bébé tem uma disposição inata que corresponde a uma expectativa de<br />

um seio, pode ser utilizada como modelo. Quando a préconcepção é posta em contacto com uma<br />

realização que se aproxima dela, o resultado mental é uma concepção. Posto de outro modo (a<br />

expectativa inata de um seio, o conhecimento a priori de um seio, o “pensamento vazio”), quando o<br />

bébé é posto em contacto com o próprio seio, associa-se com a consciência da realização e é<br />

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