20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

verificáveis objectivamente nessa realidade, que contenham, em si mesmas, implícitos, «potenciais» de<br />

promessas, possibilidades e virtualidades positivas e boas, que aquele antes referido potencial de<br />

sonho valoriza e antecipa como tal, para que essas tendências objectivas possam ser acarinhadas,<br />

apoiadas e valorizadas e ajudadas a desenvolver-se e a concretizar-se. Nunca mais, portanto, será<br />

possível, em nome da utopia e do sonho, denegar ou rejeitar, total e absolutamente, a realidade social,<br />

cultural e civilizacional já existente-presente, por um lado; nem, por outro lado, será legítimo, em nome<br />

da realidade e de um realismo pedestre e sem transcendência e grandeza, inviabilizar e bloquear,<br />

definitivamente, o enorme e inesgotável «potencial» de sonho e de utopia que os homens trazem<br />

sempre consigo e teimam em <strong>fazer</strong> vingar. Como já dissemos noutro lugar do presente <strong>livro</strong>, deve ser<br />

sempre optimizada a conciliação possível entre realismo e idealismo: por um lado, não podemos ignorar<br />

ou desconhecer (pela inteligência e pela racionalidade) a realidade; mas, por outro lado, também —<br />

porque o Espírito, que não pode desconhecer a «realidade», todavia não assenta ou permanece <strong>ao</strong> nível<br />

da mera «facticidade» (como o diz, brilhantemente, algures, A. CASTANHEIRA NEVES) —, não<br />

podemos abdicar (sob pena de nos negarmos como humanos) de (pelo desejo, pelo sonho e pela<br />

vontade) tentar realizar e concretizar os ideais, os valores, os imperativos éticos, os sonhos e as utopias<br />

que se impõem à nossa consciência moral, para que continue a <strong>fazer</strong> sentido o apelo e a exigência do<br />

Maio de 68 francês: «Soyez réalistes, Demandez l’impossible !».<br />

f) — Cremos poder encontrar algumas afinidades com o que acaba de ser dito no perfil «teórico» e<br />

«humano» daquele que é hoje considerado como o «guru» e o «pai» da actualíssima e incontornável<br />

disciplina da gestão (management), no âmbito do conceito «moderno» de empresa (corporation).<br />

Dizemos pois, de PETER DRUCKER, actualmente com 88 anos de idade e residindo e ainda ensinan-do<br />

nos E.U.A. (na Claremont Graduate School, numa cidadezinha perto de Los Angeles), acerca de quem<br />

se encontra um interessante trabalho jornalístico a págs. 12-13 da separata intitulada Expresso-XXI, de 8<br />

de Novembro de 1997.<br />

Procurando definir esse «perfil», JORGE NASCIMENTO RODRIGUES, diz, nesse local, no seu <strong>texto</strong><br />

intitulado A primeira biografia de Drucker:<br />

«Pode parecer paradoxal. Mas o homem a quem o capitalismo <strong>deste</strong> século mais deve em termos de<br />

eficácia do seu coração — a empresa — sempre manifestou sérias reservas sobre ele, apesar de ser a<br />

favor do mercado. A sua procura, primeiro, de uma sociedade industrial em que o trabalho fosse<br />

encarado como um recurso de ouro (e não um custo a cortar sistematicamente) e o capital assumisse<br />

uma “responsabili-dade pelo bem público”, e mais tarde da sociedade do saber, são a prova disso<br />

mesmo.<br />

Foi este “moralismo social” permanente <strong>ao</strong> longo da obra de sessenta anos de PETER DRUCKER que<br />

um jornalista sénior americano, JACK BEATTY, de 52 anos, editor da revista “The Atlantic Monthly”,<br />

agarrou e vai publicar em <strong>livro</strong> no princípio do próximo ano (...)».<br />

E diz mais à frente:<br />

353

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!