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pelo menos no que respeita à América. O racismo e outro tipo de tensões parecem desenvolver-se, mais
insistentemente, por exemplo, onde as políticas de afirmação da raça foram insistentemente aplicadas,
principalmente nas universidades. (...)».
«(...) Claro está que, tal como todos os grandiosos esquemas de engenharia social, o multicultura-
lismo não pode, no final, ser bem sucedido. Mas, até fracassar completamente, pode causar muitos danos.»
— os bold e os itálicos são nossos.
Uma impiedosa Crítica Clássica, dentro do Campo Literário, à «Escola do Ressentimento» que é
constituída, entre outros, pelo «Multiculturalismo», pelo «Feminismo» e pelo «Politicamente Correcto»,
dominantes no Establishment Universitário nos E.U.A., pode ver-se na obra de HAROLD BLOOM,
intitulada O Cânone Ocidental, Círculo de Leitores, 1997, relatada por JORGE HENRIQUE BASTOS, no
Expresso-Revista de 19 de Julho de 1997, pág. 23, no texto sob o título Contra a agonia da crítica.
Também, curiosamente, num trabalho jornalístico intitulado Imposturas Intelectuais, publicado no
Expresso-Revista de 29 de Novembro de 1997 (págs. 102-110), se noticia a publicação de um livro de dois
físicos matemáticos, ALAN SOKAL (americano) e JEAN BRICMONT (belga), intitulado na edição
francesa justamente Impostures Intellectuelles, edição da Odile Jacob, onde se denuncia e critica o
preocupante «Relativismo nas Ciências Sociais», crítica por sua vez suscitada pela edição anterior do livro
de PAUL R. GROSS (biólogo) e NORMAN LEVITT (matemático), ambos americanos, intitulado no
original: Higher Superstition—The Academic Left and its Quarrels with Science (A Sofisticada Supersti-ção
—A Esquerda Académica e os seus Conflitos com a Ciência), John Hopkins University Press, 1994, em que
se discute a visão «Pós-Modernista» da Ciência e a influência de Teorias «Politicamente Correctas» no
Ensino, na Literatura, nos Estudos Culturais e em Estudos Feministas.
Também já no livro de STEVEN WEINBERG, Nobel da Física, Sonhos de Uma Teoria Final,
Gradiva, em Portugal, se discutia o método científico e se desenvolvia uma crítica ao Relativismo
Epistemológico e ao chamado «Programa Forte» da Sociologia da Ciência.
Diz o referido ALAN SOKAL, que se considera um homem de esquerda, i. é, um «homem empe-
nhado numa sociedade menos desigual e mais livre», designadamente o seguinte:
«Quando vi este título (refere-se ao livro acima referido de GROSS e LEVITT) pensei: Que estranho !
Considero-me académico de esquerda e não tenho qualquer conflito com a ciência! Li o livro e descobri
que havia muitas áreas, nomeadamente as ciências sociais, a crítica literária, os estudos culturais, certos
estudos feministas, em que alguns académicos procuravam analisar as ciências da natureza como sendo
uma pura construção social ou um mito, como qualquer outro mito. Ao fazê-lo, criticavam algumas
teorias científicas, tais como a mecânica newtoniana, dizendo que são sexistas ou capitalistas, e
argumentando que algumas das novas teorias científicas, tais como a teoria do caos, são libertadoras e
fornecem uma epistemologia pluralista. Isto é uma completa confusão e provém de uma leitura de teorias
científicas que o analista não percebe, não compreende, e que apenas conhece em segunda ou terceira
mão».
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