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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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dialéctica do Ser e do Ter. A questão ontológica foi, para LACAN, uma questão admitida axiomaticamente,<br />

enquanto que com BION ela foi elucidada. BION elucida a condição ôntica como itinerário. Ele diz que<br />

tendemos para ser. O caminho do homem é um ser para a morte, no qual se é, sendo».<br />

Mas que este «Modelo do Negativo», proposto por AMARAL DIAS, nada tem a ver com a Negativi-<br />

dade e/ou o Negativismo, vê-se nas seguintes passagens:<br />

«(...) Agora, penso que seria importante esclarecer o problema da negatividade e do negativo. Esta-<br />

mos agora em condições de perceber que a capacidade de realização do negativo que resulta da entrada em<br />

acção da capacidade estruturante do negativo, tem como contraponto a negatividade. A negatividade é jus-<br />

tamente a resultante da relação sob a forma da litigância com o objecto. A negatividade tem um espectro<br />

que vai da queixa estilo “Calinero” — That’s an injustice. Oh !, yes it is. — em que o Sujeito fica à espe-<br />

ra que o objecto lhe resolva o problema da dor, e pode dizer-se que se encontra, grosso modo, de forma<br />

subtil ou não, naquilo que se chama habitualmente o funcionamento neurótico, a depressividade, que ca-<br />

racterizam um “estilo emocional” na relação com o objecto».<br />

E diz ainda, mais à frente:<br />

«(...) O contrário do negativo, no ponto de vista do psiquismo, não é por isso o positivo. O contrário<br />

do negativo é a expressão da negatividade, ou seja, a incapacidade de elaboração do negativo que se faz<br />

sobre a forma do negativismo. Por exemplo, todo aquele que se faz em cima do problema da separação, a<br />

crença na persistência na resolução desta questão não é positiva, é da ordem do negativismo e quando eu<br />

falo do negativismo até vou buscar uma palavra bem psiquiátrica que afirma a condição “Autista” do<br />

Sujeito. E, através da sua condição “Autista” o sujeito afirma a não existência da dor, a não existência da<br />

separação. Eliminando a “dor psíquica”, e isso é conseguido através da utilização de técnicas, que varrem<br />

um espectro amplo, passando pela adivinhação do desejo do objecto para que este não o abandone, que é a<br />

estratégia depressiva, a estratégia neurótica, que promove uma queixa do objecto ou ainda, a estratégia psi-<br />

cótica que passa por <strong>fazer</strong> desaparecer o objecto apropriando-se dele. (...) O que eu digo é que esse lugar é<br />

o negativismo como referente, que fica do lado da frustação e da incapacidade de elaboração da separa-<br />

ção entre o “Sujeito” e o “Outro”. E são estas técnicas que determinam a espessura da litigância com o<br />

re-al, é nelas que se organiza a Queixa e o Sintoma. O sintoma é uma “litigância” contra a “dor”. O<br />

sintoma é uma litigância contra a “separação”» — os itálicos e os bold são, obviamente, nossos.<br />

Todavia, no âmbito desta «Problemática» de Lamela Microscópica daquilo «em que consiste» a<br />

«Mente», quanto a Nós (que não somos Psicanalistas e, portanto, não dispomos de todo o «Capital de Sa-<br />

ber» e da «Experiência» clínico-terapêutica e «analítico-relacional» sobre os «Segredos» da «Mente»...),<br />

não podemos deixar de nos interrogar sobre se a questão (que é também, obviamente, a questão da<br />

«Essência Humana», a qual não pode, por nós, deixar de ser considerada senão como Ek-sistência...) se<br />

põe apenas entre «Ser» (Positividade) ou «Não Ser» (Negatividade, na qual tanto insiste tanto este Autor<br />

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