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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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susceptíveis de recuperação e as que o não são de todo e em definitivo. Humanismo e liberalismo não<br />

devem significar, aqui, ingenuidade e laxismo ou permissividade, mas efectivas firmeza e<br />

responsabilização, designadamente com base na famosa doutrina ética da culpa pela formação da<br />

personalidade, que poderá levar inclusivamente à aplicação de penas relativamente indeterminadas».<br />

[Para ilustrar o que acabamos de transcrever, veja-se o muito interessante trabalho jornalístico publicado<br />

na Vida, separata do semanário O Independente, de 17 de Outubro de 1997, a págs. 16-24, sob o título<br />

Cães Danados, onde se mostra o que são, designadamente, os psicopatas: e não podendo nós deixar de<br />

entrar, já aqui, na ainda não acabada querela sobre se, estas e outras patologias e aberrações, se devem,<br />

desde logo, directamente a factores genéticos e hereditários (portanto, «constitucionais»), apenas<br />

predis-ponentes, ou já decisivamente determinantes (neste caso: o estrito reducionismo biológico, que<br />

é próprio, por exemplo, dessa «aberrante» moda científica auto-denominada «Sociobiologia»...), ou tão<br />

só a condicionamentos socio-ambientais na formação da personalidade, desde logo a partir da<br />

infância precoce, no âmbito da triangulação edipiana familiar e segundo a perpectiva freudiana.<br />

Inclinando-nos nós, em Tese Geral, neste «problema», para a relativa «tendência» apenas «predispo-<br />

nente» da «herança genética» — como «quadro» ou «património» bio-psico-fisiológico «constitucio-<br />

nal», incontornável, porque «herdado», de «possibilidades» inatas (i. é, não estritamente<br />

determinista, mas apenas como aquilo a que o biólogo KONRAD LORENZ chamou, justamente a<br />

propósito de proble-mas semelhantes e afins, de um «programa aberto» — algo de análogo, assim, <strong>ao</strong><br />

hardware dos computa-dores) —, sobre a qual se vem a exercer, depois, a «influência» relativa dos,<br />

mais ou menos «condicionantes», efeitos socio-ambientais e «culturais» [que seriam, para usar a<br />

mesma analogia acima referida, o correspondente <strong>ao</strong> software informático, ou seja: todo o conjunto de<br />

interacções («interacções» essas que são, verdadeiramente, «simbióticas» e quase que «fusionais» —<br />

razão porque, por exemplo, o biólogo português GERMANO DA FONSECA SACARRÃO diga e<br />

repita, sistemàticamente, que «...o ho-mem é um animal biològicamente cultural», ou um ser «bio-<br />

psico-socio-cultural»: veja-se a respectiva obra referida na bibliografia anexa) —, a começar, desde<br />

logo, com as «relações precoces» pré-formativas da «primeira infância» (primeiro com a Mãe, logo<br />

depois com o Pai e, consequentemente, no con<strong>texto</strong> da correspondente triangulação edipiana conjunta,<br />

que FREUD descreveu e demonstrou irreversìvelmente) —, bem como, depois, todas as «influências»,<br />

«conformações» da personalidade, imprintings sociais e culturais, «formação» de uma certa «forma<br />

mentis» e toda a gama de inputs socio-ambientais e «cultu-rais», determinados pelas variadíssimas<br />

«circunstâncias» e «contingências», que «condicionam» e/ou até «constituem» a irredutível, única e<br />

irrepetível história pessoal de cada um] —, mas sem nunca excluir a intervenção de eventuais e<br />

inevitáveis factores aleatórios, os chamados «acasos da vida» —, como desde logo a relativa<br />

«indeterminação» interno-estrutural que é constituída pela própria liberdade individual «interna» de<br />

cada um — de algum modo sempre ontologicamente «residual» e «irredutível» — e, justa-mente pela<br />

qual, cada pessoa também «se faz a si própria algo», ou «se constrói» como «algo» — sendo, por isso,<br />

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