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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Aquela nossa posição levaria a rever, particularmente em Portugal, a omnipresença do Estado, como<br />

prestador, em sectores como a Educação (com a sua ideia monista e centralista de uma quase exclusiva e<br />

monopolista Escola Pública) e a Saúde (com a obsessão de uma monista e também quase monopolista<br />

Saúde Pública).<br />

Quanto à Segurança Social, o Estado deve hoje aceitar que também não lhe cabe em exclusivo essa<br />

função, devendo ele próprio legislar, de forma a compatibilizar os seus «esquemas públicos» com<br />

alternativos «esquemas privados e de mercado», delegando, sob a sua autoridade normativa e política,<br />

muitas das funções que tradicionalmente assumiu monopolisticamente «em espécie».<br />

É o que resulta, hoje, do princípio (cristão) da subsidiariedade e também do princípio (liberal) da<br />

descentralização.<br />

Por outro lado, considerando que, ainda hoje, em Portugal, «...esta questão do papel do Estado<br />

continua a ser a questão fundamental, nalguns casos por resolver, noutros mal resolvida, inquinando<br />

ou dificultando a marcha normal da governação» — veja-se o excelente artigo de opinião de MARIA<br />

JOSÉ NOGUEIRA PINTO, intitulado O Estado e o Governo, no semanário Expresso (caderno principal),<br />

de 9 de Novembro de 1996, pág. 25.<br />

Como diz esta Senhora política: «(...) Já ninguém discorda do imperativo de eficiência na gestão de<br />

recursos escassos e todos aceitam a necessidade de rever ou reformar o Estado-Providência. Todos clamam<br />

por um Estado revestido de autoridade como forma de impedir a violência. Todos, também, apontam como<br />

indispensável o reforço de um espírito e de uma prática de progressiva parceria Estado-cidadãos no que se<br />

refere <strong>ao</strong> desenvolvimento da solidariedade social. O que distingue, o que faz a diferença, nesta<br />

universalidade de consenso, é hoje muito mais o modus faciendi: não tanto o modelo ou para onde se vai,<br />

mas a sua execução, ou como se lá chega. Até porque de umas formas pode chegar-se, enquanto que de<br />

outras é quase certo que se fica pelo caminho !».<br />

No semanário Expresso, caderno principal, de 12 de Julho de 1997, pág. 23, MANUEL MARIA<br />

CARRILHO, referindo-se à recuperação da Esquerda que se processa desde 1995/96, fala de uma Esquerda<br />

pós-divina, que «... pode agora apostar num socialismo “de iniciativa e participação”, que dessacraliza o<br />

mercado...», etc.; enquanto que, numa coluna <strong>ao</strong> lado, no mesmo local, CARLOS ZORRINHO fala da<br />

mesma Esquerda num <strong>texto</strong> intitulado Esquerda perdida. Não é todavia ainda claro qual o lugar e o papel<br />

que, para essa Esquerda, devem ocupar, tanto a estrutura económico-social do mercado, como a estrutura<br />

jurídico-política do Estado, no quadro actual de globalização a que se refere GIDDENS. Além do<br />

«anacronismo» que é, manifestamente, falar-se hoje ainda em «socialismo»! Pensamento, para o qual,<br />

de resto, a «sociedade» tem a prioridade, a prevalência e mais importância do que a «pessoa»...<br />

<strong>Um</strong> excelente ensaio sobre a «política radical», no quadro global actual-futuro da Alta Modernidade,<br />

ou Modernidade Tardia, ou Modernidade Reflexiva (por contraste com a clássica anterior «modernidade<br />

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