20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Num sentido psicológico e ético-religioso, veja-se também aquela Enciclopédia acima referida, Gru-<br />

po I (págs. 1 430-1 435), no mesmo local já indicado, o <strong>texto</strong> da autoria de AIRES GAMEIRO, onde se lê,<br />

designadamente:<br />

«(...) A culpa funciona como força integradora e defensora da pessoa. Desenvolver-se e crescer<br />

equivale a aprender a sentir-se, ora culpado, ora realizado de acordo com os valores essenciais do homem<br />

nas suas relações próximas e transcendentes. Áreas de culpa evoluem com a cultura (aculturações) e as<br />

personalidades, mas nunca <strong>ao</strong> ponto de ser possível <strong>fazer</strong> tábua rasa do padrão humano comum de culpa. O<br />

relativismo total da culpa (perversão generalizada) acarreta a desintegração da personalidade que a<br />

tente assumir (amorais) e das comunidades (microssociedades anómicas em desintegração). É fenóme-<br />

no das culturas em decadência e dos períodos de mudanças sociais ace<strong>ler</strong>adas (reierarquização de<br />

valores)».<br />

E refere ainda, como teorias científicas explicatórias do fenómeno subjectivo da culpa, quer a<br />

biogenética (que tenta encontrar no código genético a raiz dos traços morais e amorais mais vincados), a<br />

psicogénese (FREUD: que valoriza antes a relação com o outro interiorizada, como processo de aprendiza-<br />

gem de normas, valores e respectios sentimentos, através de uma interiorização, ou introjecção, da lei e das<br />

normas, através da instância pré-moral do superego e da sua função de censura psicológica relativa <strong>ao</strong>s<br />

actos maus, feitos ou simplesmente imaginados), a qual, afinal, é portanto também uma sociogénese, bem<br />

como, finalmente, a corrente comportamentalista — que valoriza as gratificações e os castigos como<br />

processos de aprendizagem da culpabilidade.<br />

Ainda o mesmo autor, e no mesmo âmbito, refere ainda que:<br />

«(...) A aprendizagem da culpa(bilidade), enquanto relação consigo mesmo e com os outros, pode<br />

<strong>fazer</strong>-se de forma equilibrada ou sofrer desvios. Estes vão desde o pólo por excesso, dos neuróticos<br />

obsessivo-compulsivos e depressivos (hiperautoculpados), <strong>ao</strong> pólo por defeito, dos psicopatas e paranóicos<br />

amorais e desalmados (hipoautoculpados, violentos)» — os itálicos e os bold são nossos.<br />

Sobre a problemática filosófico-ontológica e ético-religiosa da culpa — que culmina na questão<br />

ontológica da culpa, referente <strong>ao</strong> «ser que pode culpabilizar-se», decorrente da pergunta «Quem tem culpa<br />

na culpa ?...» —, veja-se ainda o <strong>texto</strong> de ANTÓNIO FIDALGO, entre págs. 1 252—1 254, do Volume I,<br />

da LOGOS—Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Editorial Verbo, Lisboa/São Paulo, 1989.<br />

Num sentido geral (senso-comum, jurídico e teológico), veja-se ainda a entrada dessa palavra (cul-<br />

pa), a página 1 864, do Volume VI, do GRANDE DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO EDICLUBE, Ediclu-be<br />

—Edição e Promoção do Livro, Ldª., Alfragide, 1996.<br />

Num sentido literário comum, a mesma palavra, a página 586 do Volume III, do GRANDE DICIO-<br />

NÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, coordenado por JOSÉ PEDRO MACHADO, Amigos do Livro, Edi-<br />

tores, Ldª., Lisboa, 1981; ou a página 262, do Volume I (Léxico Comum), do DICIONÁRIO ENCICLO-<br />

443

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!