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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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«Tem a ver com a cultura que os meios de comunicação social começam a transmitir. É um “pimbismo”<br />

nacional que até é acolhido pelos partidos políticos que chamam esses cantores, como o QUIM<br />

BARREIROS, para participar nas campanhas eleitorais. Esta geração foi influenciada por isso, está no<br />

con<strong>texto</strong> nacional de “pimbismo” cultural». Ao mesmo tema se refere também, criticamente, uma<br />

coluna, no mesmo local, intitulada: Sociedade pimba ?].<br />

<strong>Um</strong> mais recente retrato realista (naquele sentido particular em que se diz, freudianamente, que o<br />

confronto com a «realidade» é sempre, psicologicamente, de algum modo, profundamente «decep-<br />

cionante»...) e impiedosamente devastador (mesmo cruel ?) àcerca da mais recente paisagem<br />

sociológica, cultural e política portuguesa (a qual, quanto a nós, claramente prefigura, no plano<br />

cultural e mais directamente mediático, o que, noutro con<strong>texto</strong>, JOÃO CARLOS ESPADA chama,<br />

muito acertadamente, o lixo do relativismo radical anti-normativo e pós-moderno, i. é, a assimilação<br />

superficial e equivocada portuguesa dos aspectos do que de pior, de mais reles e de mais kitschig tem<br />

a actual Modernidade Tar-dia), pode ver-se num articulista com que nem sempre estamos de acordo,<br />

ALFREDO BARROSO, no seu <strong>texto</strong> intitulado O minimalismo prospera, publicado no semanário<br />

Expresso (caderno principal, pág. 22), de 22 de Novembro de 1997, mas <strong>texto</strong> esse com o qual não<br />

podemos deixar agora de concordar, no essencial - com a ressalva apenas, porém, de o autor «meter no<br />

mesmo saco», ou «imputar responsabilidades», a uma série de coisas misturadas, que não se co-<br />

implicam necessariamente, como seja, por exemplo, o seu já tão estafado «ódio» à estrutura económico-<br />

social do mercado, como sendo a única ou a principal responsável por tudo quanto denuncia! Não<br />

resistimos, contudo, a destacar as seguintes passagens:<br />

«(...) Numa sociedade cada vez mais “pavloviana”, todos os dias induzida a adoptar os comportamentos<br />

repetitivos e uniformes que a publicidade lhe impõe e a engolir todas as pastilhas mediáticas que a<br />

televisão de sucesso lhe impinge, não admira que o espírito crítico feneça, a resignação se instale e o<br />

minimalismo prospere em todos os domínios, designadamente na política. Tudo se resume, afinal, em<br />

aceitar as imposições do mercado, os códigos do sucesso rápido e os sinais rudimentares que provocam<br />

o prazer efémero das audiências.<br />

O minimalismo é, sem dúvida, uma das maiores vigarices intelectuais do fim do século, forjada, como<br />

tantas outras, no albergue espanhol da “pós-modernidade”. É uma espécie de lei do menor esforço.<br />

Começou por ser uma moda e acabou por se tornar uma praga que infecta a música (tanto a popular<br />

como a erudita), a literatura, o cinema, a televisão, a educação, o ensino, a economia, a política e,<br />

naturalmente, toda a vida quotidiana. O minimalismo é responsável pela mais completa degradação dos<br />

conceitos de arte, imaginação, criação e cultura, expeditivamente rebaixados <strong>ao</strong> nível da fast food e da<br />

fast politics. Pretende vender gato por lebre, fazendo passar pobreza de imaginação e de espírito por<br />

genial simplicidade criativa, uniformização dos gostos e comportamentos por democratização do acesso<br />

<strong>ao</strong>s saberes, <strong>ao</strong>s prazeres, <strong>ao</strong>s cartões de crédito e às marmitas. Os seus principais veículos são a<br />

televisão de sucesso, a publicidade enganosa e a continuada mediocrização da política».<br />

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