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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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efectiva realidade social, plural e diversificada, como «classe», «massa», «democracia e sociedade de<br />

massas», «Sociedade sem classes», «Totalidade Social», «Organismo Social», etc.<br />

Como o disse FRIEDRICH A. HAYEK, ela é «... essencialmente um meio, um procedimento<br />

utilitário para salvaguardar a paz interna e a liberdade individual. Enquanto tal, ela não é de<br />

nenhum modo infalível. (...)».<br />

E diremos até que o que ela exige, sobretudo se entendida num sentido alargado, simultaneamente como<br />

democracia política e como democracia económica, social e cultural ou democracia de mercado, não é<br />

tanto um estrito critério de igualdade — mas uma ideia de universalidade, no sentido do hegeliano<br />

«reconhecimento universal do homem pelo homem»: i. é, que estejam presentes as «condições de<br />

possibilidade» para que todas as pessoas «possam» participar no processo social-comunitário — mas<br />

isso não quer dizer que todas elas efectivamente participem, ou que o façam todas do mesmo modo ou<br />

segundo um qualquer estrito princípio igualitarista!<br />

Neste sentido, também a democracia é essencialmente uma «Ordem» e não uma «essência» platóni-ca<br />

ou uma «substância» homogeneamente definida.<br />

E, sobretudo, não a podemos tomar como a própria Justiça «em si» !<br />

Por outro lado, a Democracia é também um «artifício» (a device) político da «comunidade política<br />

pública» (RAWLS), como democracia clássica representativa; e, embora tenhamos de admitir que o<br />

seu fundamento axiológico é efectivamente o valor da igualdade-universalidade (ontológica) entre as<br />

pes-soas, todavia, por um lado essa igualdade-universalidade (ontológica) desdobra-se e desimplica-se<br />

ôntica-mente em várias desigualdades e diferenciações horizontais e verticais; e, por outro lado, ela<br />

(pelo menos a democracia institucional) não esgota todo o incomensurável universo normativo e<br />

axiológico contido no métaconsciente cultural da nossa Civilização, nem passa de um «aspecto»<br />

institucional da realidade mais alargada da Grande Sociedade Aberta, plural, heterogénea e livre,<br />

de Direito, de Cooperação e de Mercado, que é o nosso horizonte civilizacional de referência, hoje já<br />

claramente implicado pelo fenómeno da globalização planetária e entendida como uma «ordem<br />

cosmopolita global».<br />

E é, no nosso tempo, não uma Democracia radical, igualitarista, absoluta e total (ROUSSEAU), mas<br />

essencialmente uma Democracia<br />

estrutura pluralista e liberal.<br />

Limitada<br />

(desde logo pelo próprio Direito !!!) e de sentido ou<br />

Aliás, o que no Ocidente sempre se tem entendido legitimamente como «democracia», tem muito mais<br />

a ver com a pública «opinião» legítima do povo, livremente constituída e manifesta (i. é, com algo que<br />

tem mais a ver com o que também nós designamos por a sua consciência ético-cultural e normativa<br />

comum, ou mesmo a sua consciência jurídica geral), do que com uma qualquer chamada «vontade»<br />

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