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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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porque «... o sistema japonês de emprego vitalício e o respectivo relacionamento trabalho-gestão<br />

constituem uma prática antiga directamente ligada a tradições culturais muito profundas - em especial à<br />

tradição confuciana de lealdade» - cfr. obra citada, pág. 182 e seguintes. Mais à frente, o autor chama a<br />

atenção para que, sendo a própria INTERNET um «sistema em rede», e uma vez que «... os sistemas em<br />

rede só se tornarão mais eficientes se tiverem por base um elevado grau de confiança e uma série de<br />

normas de comportamento ético partilhadas pelos utilizadores do sistema», a conclusão é a de que: «A<br />

INTERNET é, simultaneamente, um sistema em rede de carácter material e - num sentido mais restrito,<br />

mas determinante — uma comunidade de valores partilhados» — pág. 186 e seguintes. E quanto <strong>ao</strong><br />

sistema de relações trabalho-gestão, que faz parte integrante da Sozialmarktwirts-chaft (economia social<br />

de mercado), na Alemanha, um dos países de elevado coeficiente de confiança social, diz ainda o<br />

mesmo autor: «(...) Apesar das correntes marxistas — historicamente sempre presentes no seio do<br />

movimento dos trabalhadores alemães —, as relações de trabalho no período pós-guerra foram<br />

extr<strong>ao</strong>rdinariamente consensuais. A Alemanha não sofreu os amargos antagonismos de classe que<br />

caracterizaram frequentemente as relações laborais na Grã-Bretanha, na França e em Itália. O número de<br />

dias de trabalho perdidos na Alemanha por causa de greves, por exemplo, é dos mais baixos do mundo<br />

desenvolvido, situando-se <strong>ao</strong>s níveis da Áustria, da Suécia e do Japão. Ao contrário de outros<br />

movimentos sindicais de carácter nacional, os sindicatos alemães não assumiram posições<br />

proteccionistas muito intransigentes na defesa de indústrias em declínio e, de uma forma geral, têm<br />

assumido posições que o patronato poderia qualificar de “responsáveis”. Em resumo, o grau de<br />

confiança mútua entre o trabalho e a gestão tem sido muito maior na Alemanha do que noutras<br />

sociedades menos sensíveis às questões que dizem respeito à comunidade» — págs. 199-208.<br />

g) — Para concluir, apenas uma observação «crítica» que se pode e se deve <strong>fazer</strong> àquela estrita<br />

perspectiva «Sistémica»: é a de perguntar qual é o «lugar» (e o valor de «Dignidade»), próprios, que<br />

são, porventura, reconhecidos à «Pessoa Humana Individual» — queremos dizer: à «Pessoa Profunda<br />

e Au-têntica», em si mesma considerada... —, à sua Ipseidade e <strong>ao</strong>s seus Valores Próprios, como tais<br />

—, muito «Para Além» dos seus, eventuais, titularidade de «Status» e desempenho de «Papéis» e de<br />

«Funções», no «Sistema» — isto a um «nível» sòmente «de superfície», ou apenas de um ponto de<br />

vista «social-externo» e só «objectivamente aparente» — o que não passa, como é óbvio, por analogia e<br />

afinal de contas, da mera «ponta externa» e «visível/perceptível» do verdadeiro «Iceberg» que,<br />

sobretudo, o é — quando «integral-mente» entendida, até <strong>ao</strong> «mais fundo» de si própria — a<br />

«Pessoa Humana», em si mesma ???<br />

Não levará o reconhecimento de uma tão grande «autonomia» <strong>ao</strong> «Sistema» — «em si mesmo»<br />

considerado —, de uma tão grande «independência» e «indisponibilidade» sistémicas —, «para<br />

além» das, ou «por sobre» as, «Pessoas» — que, afinal, do «Sistema» são, «elas mesmas», os últimos<br />

«titulares» e «destinatários», bem como, afinal, os «seus» decisivos «suportes subjectivos» —, à<br />

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