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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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perturbada por toda a espécie de fantasmas e de perseguições, o que redundaria imediatamente, como é<br />

sabido já, numa sociedade into<strong>ler</strong>ante e persecutória.<br />

Por isso, dizíamos ainda:<br />

«Melhor seria falar, portanto, numa heurística da prudência, do bom-senso e da serenidade, pois é<br />

sabido como aquela referida “patologia do pânico” potencia muita da actual “consciência ecológica” na<br />

mais patética irracionalidade e como um novo virtual totalitarismo into<strong>ler</strong>ante e persecutório. Em nome<br />

de novas “boas intenções”, voltamos a um mundo do desassossego, recheado de fantasmas, de<br />

perseguições e de proibições de toda a ordem e a uma nova potencial “consciência totalitária” que<br />

aniquilaria de vez (e de novo...) a liberdade ! Mesmo a virtude precisa de ter limites, dizia já<br />

MONTESQUIEU, e as novas preocupações acima referidas não podem deixar de ter de integrar-se num<br />

con<strong>texto</strong> ético de prudência, de racionalidade e de bom-senso, sob pena de cairmos em novas patologias,<br />

em novos fundamentalismos e em novos fanatismos...».<br />

A comprovar agora tudo isto está o apoio e a admiração, revelados naquele <strong>texto</strong> antes referido da<br />

Revista «Forum Ambiente», de HANS JONAS pelo totalitarismo soviético, <strong>ao</strong> qual terá atribuído, nos finais<br />

dos anos 70, «... o mérito de planificar de modo rigoroso o consumo e de constranger assim os seus bem-<br />

aventurados súbditos a uma sã frugalidade» — passagem citada pela Revista como sendo de JONAS.<br />

Bem como a tese da «diminuição substancial da população humana», defendida no ponto quatro<br />

dos princípios básicos da ecologia profunda, tendo LOVELOCK adiantado o número ideal de 500 milhões<br />

de habitantes no Planeta e NAESS de 100 milhões, sem que seja dito como isso se consegue, numa altura<br />

em que a população humana global do Planeta está estimada, segundo JOHN GRAY, em 5.5 biliões de<br />

pessoas nos dias de hoje e prevista para 10 biliões nos meados do próximo século.<br />

A este respeito, WILLIAM AIKEN terá defendido mesmo que «... uma mortalidade humana maciça<br />

será uma coisa boa. É nosso dever provocá-la. É dever da nossa espécie para com o nosso meio eliminar<br />

90% dos nossos efectivos !» — <strong>texto</strong> este publicado numa colectânea de ensaios consagrados à ética do<br />

ambiente, publicada por TOM REGAN e denunciada por LUC FERRY, que conclui que, portanto, esse<br />

<strong>texto</strong> «... não se trata, de maneira nenhuma, de um <strong>texto</strong> marginal, reflectindo a opinião de um demente<br />

isolado».<br />

Além de tudo isto, a ecologia profunda, na sua mística «comunhão com a Natureza», alimenta<br />

sentimentos das partes mais primitivas, regressivas e arcaicas da personalidade humana, como a dita<br />

«sensação oceânica» — descrita como um sentimento de pertença a um todo e que ocorre frequentemente<br />

no alto mar, mas também na montanha ou noutras paisagens grandiosas, em que é completamente abolida<br />

toda e qualquer fronteira entre o «dentro» e o «fora», entre «subjectividade» e «objectividade» —, que<br />

depois transforma em «sentimento religioso fundamentalista», segundo LUC FERRY.<br />

A respeito daquele problema real do elevado cômputo da população humana global actual e em<br />

crescimento imparável, há contudo que ter em conta o relativo optimismo anti-malthusiano de<br />

FRIEDRICH HAYEK, a que concedemos provisoriamente o benefício da dúvida, de que nas condições<br />

actuais de uma economia desenvolvida e sofisticada de mercado falham os teoremas de MALTHUS,<br />

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