04.04.2018 Views

Direito do Consumidor Esquematizado - Fabrício Bolzan - 2013

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

95/1013<br />

■ função social <strong>do</strong> contrato (art. 421);<br />

■ probidade e da boa-fé (art. 422);<br />

■ interpretação mais favorável ao aderente (art. 423).<br />

Parte da <strong>do</strong>utrina chega ao ponto de defender que apenas as<br />

pessoas jurídicas sem fins lucrativos poderiam ser albergadas no conceito<br />

de consumi<strong>do</strong>r.<br />

Este é o raciocínio desenvolvi<strong>do</strong> por José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno,<br />

que entende como “mais racional que sejam consideradas aqui<br />

as pessoas jurídicas equiparadas aos consumi<strong>do</strong>res vulneráveis, ou<br />

seja, as que não tenham fins lucrativos, mesmo porque, insista-se, a<br />

conceituação é indissociável <strong>do</strong> aspecto da mencionada fragilidade. E,<br />

por outro la<strong>do</strong>, complementan<strong>do</strong> essa pedra de toque <strong>do</strong> ‘consumerismo’,<br />

diríamos que a ‘destinação final’ de produtos e serviços, ou<br />

seja, sem fim negocial, ou ‘uso não profissional’, encerra esse conceito<br />

fundamental”.[20]<br />

O raciocínio parece simples: se a presunção de vulnerabilidade,<br />

de fragilidade, é inerente à pessoa física e, por outro la<strong>do</strong>, a presunção<br />

em relação a uma empresa é exatamente a oposta, ou seja, de preparo<br />

para contratar e defender-se, não seria possível incluí-la no conceito<br />

de consumi<strong>do</strong>r destinatário final <strong>do</strong> art. 2º <strong>do</strong> CDC.<br />

O mesmo pensamento é compartilha<strong>do</strong> por Claudia Lima<br />

Marques ao ensinar que “se presume que a pessoa física seja sempre<br />

consumi<strong>do</strong>ra frente a um fornece<strong>do</strong>r e se permite que a pessoa<br />

jurídica vulnerável prove sua vulnerabilidade”.[21]<br />

CONSUMIDOR PESSOA FÍSICA<br />

Vulnerabilidade presumida<br />

CONSUMIDOR PESSOA JURÍDICA<br />

Vulnerabilidade a ser comprovada<br />

No entanto, o tema é mais complexo <strong>do</strong> que aparenta, tanto que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!