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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Tendências recentes <strong>da</strong>s pesquisas históricas africanas e contribuição à história em geral<br />

Sem dúvi<strong>da</strong>, o funcionalismo teria, apesar de tudo, seguido seu curso sem<br />

o impacto <strong>da</strong> disciplina histórica. Ele sofreu a influência dos estudos sobre a<br />

aculturação dos anos 40 e 50, enquanto Claude Lévi -Strauss e seus discípulos<br />

tomavam uma outra direção nos decênios do pós -guerra. No que se refere<br />

à antropologia política e a certos aspectos <strong>da</strong> antropologia social, porém, os<br />

trabalhos dos historiadores do período pré -colonial aclararam a dinâmica <strong>da</strong><br />

evolução e contribuíram para <strong>da</strong>r um novo impulso à antropologia.<br />

O estudo <strong>da</strong>s religiões e <strong>da</strong>s organizações religiosas africanas modificou -se<br />

sob a influência <strong>da</strong>s recentes pesquisas históricas. Os primeiros pesquisadores<br />

<strong>da</strong> religião africana eram, em sua maioria, ou antropólogos em busca de um<br />

conjunto estático de crenças e práticas, ou missionários que aceitavam o conceito<br />

de um presente antropológico ao estu<strong>da</strong>r as religiões que esperavam suplantar.<br />

Eles reconheciam o dinamismo inegável do Islã, cuja difusão durante o período<br />

colonial foi ain<strong>da</strong> mais rápi<strong>da</strong> que a do cristianismo. To<strong>da</strong>via, os estudos mais<br />

importantes sobre o Islã foram patrocinados pelo governo francês, na <strong>África</strong><br />

do norte e na <strong>África</strong> ocidental, com o objetivo de pôr em xeque uma eventual<br />

dissidência. O tema desses estudos era menos a evolução no interior <strong>da</strong> religião<br />

que as organizações religiosas e seus chefes. Nas últimas déca<strong>da</strong>s, diversos<br />

fatores – e não apenas o trabalho dos historiadores contribuíram para <strong>da</strong>r um<br />

novo impulso ao estudo <strong>da</strong> evolução religiosa. Os especialistas <strong>da</strong>s missões se<br />

interessaram pelo progresso <strong>da</strong>s novas religiões africanas, fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre bases<br />

parcialmente cristãs, assim como pelas igrejas independentes que se desligavam<br />

<strong>da</strong>s missões europeias. Os antropólogos apaixonados pela aculturação voltavam-<br />

-se para trabalhos similares e, curiosos acima de tudo sobre o papel <strong>da</strong> religião<br />

nas rebeliões coloniais e nos movimentos de protesto, os historiadores traziam<br />

também uma contribuição positiva. Com referência ao período pré -colonial,<br />

eles foram levados a reconhecer igualmente a importância evidente e capital <strong>da</strong><br />

reforma religiosa no conjunto do mundo islâmico. Disso resultou uma toma<strong>da</strong> de<br />

consciência mais agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s religiões não cristãs e não muçulmanas,<br />

embora os especialistas <strong>da</strong>s diversas ciências sociais tenham apenas começado<br />

a estu<strong>da</strong>r as particulari<strong>da</strong>des dessa evolução tão sistematicamente como elas<br />

o merecem. Desse ponto de vista, deve -se destacar o interesse recente pelas<br />

religiões “animistas”, bem como por suas associações, frequentemente secretas,<br />

que têm um papel histórico muitas vezes admirável.<br />

Enquanto que, para os especialistas <strong>da</strong>s diversas ciências sociais, parece<br />

possível estu<strong>da</strong>r em conjunto e eficientemente a religião africana, através de uma<br />

ampla troca de ideias e de métodos, os trabalhos sobre as economias africanas<br />

permanecem totalmente isolados. Da mesma forma que os historiadores <strong>da</strong><br />

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