29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

320 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Embora diferindo em detalhes, certas conclusões geralmente aceitas<br />

emergiram no decorrer <strong>da</strong> primeira metade do século XIX. Algumas foram<br />

comprova<strong>da</strong>s por pesquisas posteriores, enquanto outras tiveram pelo<br />

menos o mérito de levantar questões que os classificadores vieram a resolver<br />

posteriormente. Os resultados a que se chegou em 1860 podem ser resumidos<br />

<strong>da</strong> seguinte forma:<br />

• O termo “semítico”, introduzido por Schlözer em 1781, já possuía<br />

praticamente a acepção atual 6 . A existência de um ramo etíope desta família,<br />

incluindo o gueze (etíope clássico) e as línguas modernas, como o amárico<br />

e o tigrina, estava bem estabeleci<strong>da</strong>.<br />

• Já havia sido observa<strong>da</strong> a semelhança e provável parentesco de algumas<br />

outras línguas com o semítico; entre elas se incluíam o antigo egípcio, o<br />

berbere e o cuxita. Estas últimas são fala<strong>da</strong>s principalmente na Etiópia e na<br />

Somália. Alguns autores incluíram na mesma categoria o haussa <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

ocidental. Essas línguas foram por vezes chama<strong>da</strong>s de subsemíticas. O termo<br />

“camítico” foi proposto por Renan em 1855 7 .<br />

• Atribui -se a Lichtenstein o mérito de ter sido o primeiro a distinguir<br />

claramente, entre as línguas <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Sul, as línguas khoi e san, de um<br />

lado, e as línguas bantu de outro 8 . Já se reconhecia claramente na época a<br />

existência deste último grupo de línguas estreitamente aparenta<strong>da</strong>s, também<br />

chamado família cafre ou família de línguas sul -africanas. O termo bantu,<br />

extraído <strong>da</strong> palavra que significa “homens” em um grande número dessas<br />

línguas, foi proposto pela primeira vez por W. H. I. Bleek, que, em 1851,<br />

estabeleceu as bases do estudo comparativo <strong>da</strong>s línguas bantu. Trata -se de<br />

um termo universalmente empregado até hoje.<br />

• Restava ain<strong>da</strong> um grupo muito extenso, que compreendia a maior parte<br />

<strong>da</strong>s línguas fala<strong>da</strong>s no Sudão ocidental e oriental e que não podiam ser<br />

classifica<strong>da</strong>s dentro dos grupos acima mencionados: as línguas que não<br />

eram nem semíticas, nem camíticas, nem san, nem bantu. Eram chama<strong>da</strong>s,<br />

de modo geral, línguas “negras” e constituíam o maior problema dos<br />

classificadores. Norris, em sua revisão <strong>da</strong> obra de Prichard em 1855, admitiu<br />

que elas “escapavam à classificação” e que “os Negros até então haviam sido<br />

6 SCHLOZER, A. L. Von, parte 8, 1781, p. 161.<br />

7 RENAN, E. 1855, p. 189.<br />

8 LICHTENSTEIN, H. 1811 -1812.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!