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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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114 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

franceses, italianos e ingleses, mas também muitas pessoas de vários outros<br />

países – russos, tchecos, suecos, armênios e georgianos 33 . Ocasionalmente<br />

surgem registros turcos ou árabes, que, de diversos modos, complementam as<br />

outras fontes 34 .<br />

Da segun<strong>da</strong> metade do século XIX em diante, são os documentos de arquivos,<br />

de to<strong>da</strong>s as grandes potências europeias como também os de Adis Abeba e<br />

mesmo os de Cartum que vão fornecer os principais materiais históricos. A<br />

importância de um estudo minucioso dos documentos amáricos originais<br />

para uma interpretação correta <strong>da</strong> história foi demonstra<strong>da</strong> recentemente pela<br />

brilhante análise do tratado de Wichale (1889) feita por Sven Rubenson 35 .<br />

<strong>África</strong> do Sul<br />

Em comparação com outras partes do continente (com exceção dos países de<br />

língua árabe e <strong>da</strong> Etiópia), a <strong>África</strong> do Sul oferece, para o período em estudo,<br />

uma quanti<strong>da</strong>de muito maior de interessantes materiais escritos, na forma de<br />

arquivos e de narrativas. A falta de fontes de origem genuinamente africana<br />

anteriores ao século XIX representa uma certa desvantagem, não obstante<br />

muitas narrativas europeias preservarem fragmentos de tradições orais dos povos<br />

locais. As informações mais antigas provêm de marinheiros portugueses ou<br />

holandeses cujos navios naufragaram na costa sudeste no decorrer dos séculos<br />

XVI e XVII 36 . Com o estabelecimento <strong>da</strong> colônia holandesa no Cabo (1652),<br />

a produção de materiais torna -se mais rica e mais varia<strong>da</strong>: consiste, por um<br />

lado, em documentos oficiais, mantidos atualmente sobretudo em arquivos <strong>da</strong><br />

própria <strong>África</strong> do Sul, mas também em Londres e Haia, parcialmente publicados<br />

ou difundidos por outros meios, mas em sua grande maioria inéditos 37 ; por<br />

33 Cf. a monumental coleção de BECCARI. Rerum Aethiopicarum Scriptores occidentales inediti a seculo<br />

XVI ad XX curante. 15 v., Roma, 1903 -1911. Mas muitos registros anteriormente desconhecidos foram<br />

descobertos depois de BECCARI e estão à espera de publicação e estudo.<br />

34 Por exemplo, o famoso viajante turco Evliya CHELEBI (morto em 1679), cuja obra Siyasat ‑name (Livro<br />

de viagens) contém em seu décimo volume descrições do Egito, Etiópia e Sudão. O embaixador iemenita<br />

al -Khaymi al -Kawkabani deixou (em 1647) um relato vivo de sua missão junto ao Imperador Fasíli<strong>da</strong>s,<br />

para cujo reino não há nenhuma crônica etíope. Publicado por F. E. PEISER em dois volumes, Berlim,<br />

1894 e 1898.<br />

35 RUBENSON, Sven. “The Protectorate Paragraph of the Wichale Treaty”. JAH 5, n. 2, 1964; e discussão<br />

com C. GIGLIO, JAH 6, n. 2, 1965 e 7, n. 3, 1966.<br />

36 Cf. THEAL, G. M. 1898 -1903, e BOXER, C. R. 1959.<br />

37 Trechos de diários oficiais e outros documentos relativos a povos de fala san, khoi e bantu encontram -se<br />

em MOODIE, D. 1960; v. também THEAL, G. M. 1897 -1905

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