29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As fontes escritas anteriores ao século XV<br />

mundo helenístico. Prisioneiro e exilado em Roma, aprendeu as duras lições<br />

do exílio, esse “mestre violento” do historiador e do filósofo. A proteção dos<br />

Cipião amenizou sua esta<strong>da</strong>, mas lhe valeu, sobretudo, para a aquisição de vasto<br />

conhecimento <strong>da</strong> história de Roma e de Cartago. Após 16 anos de cativeiro,<br />

retornou à pátria, a Grécia, mas não demorou a deixá -la novamente para<br />

percorrer o mundo. Conta -se que durante sua esta<strong>da</strong> na <strong>África</strong>, Cipião Emiliano<br />

ofereceu -lhe uma frota para que pudesse explorar a costa atlântica do continente.<br />

Em outras palavras, estamos diante de um homem de audácia, experiência e<br />

incansável curiosi<strong>da</strong>de. Políbio não é apenas nossa principal fonte para tudo<br />

que se refere ao duelo púnico -romano; de um ponto de vista mais amplo, é<br />

um observador de primeira ordem <strong>da</strong> <strong>África</strong> e do Egito de seu tempo. Se os<br />

40 livros que compõem as Pragmateia tivessem chegado até nós, talvez nossos<br />

conhecimentos fossem muito mais completos; talvez tivéssemos informações<br />

precisas – precisão que falta em to<strong>da</strong> parte – sobre a própria <strong>África</strong> negra. Assim<br />

mesmo, os seis livros que se conservaram destacam -se <strong>da</strong>s demais fontes pela<br />

quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> informação e inteligência <strong>da</strong> observação.<br />

b) Após o século I e durante os quatro séculos em que se enraíza ao máximo a<br />

organização imperial na <strong>África</strong>, entrando, posteriormente, numa crise prolonga<strong>da</strong>,<br />

as fontes literárias tornam -se raras. Há um vazio quase total no século II e os séculos<br />

III e IV são marcados pela predominância de escritos cristãos, especialmente os de<br />

Cipriano e Agostinho. Há obras gerais, que ultrapassam o quadro africano para<br />

colocar os grandes problemas religiosos e que não participam do discurso histórico<br />

direto, mas há também obras polêmicas e de circunstância, mais comprometi<strong>da</strong>s<br />

com os acontecimentos. O que sabemos a respeito do movimento donatista<br />

baseia -se nos ataques do maior de seus adversários, Santo Agostinho (354 -430),<br />

e, por isso mesmo, as precauções mais sérias mostram -se necessárias.<br />

Do mesmo modo, no que se refere às fontes escritas relativas ao período<br />

imperial, a patrologia apresenta -se como o principal instrumento de nosso<br />

conhecimento, embora seja muito parcial. O pesquisador terá, também nesse<br />

caso, acesso a grandes coleções:<br />

• o Corpus de Berlim em grego (apenas o texto);<br />

• o Corpus de Viena em latim (apenas o texto).<br />

Esses monumentos <strong>da</strong> erudição alemã têm seus equivalentes na erudição<br />

francesa, com os dois Corpus de Migne:<br />

• a Patrologia grega (texto e tradução latina);<br />

• a Patrologia latina (apenas o texto latino).<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!