29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As fontes escritas anteriores ao século XV<br />

também os manuscritos <strong>da</strong>s igrejas etíopes que reproduzem documentos oficiais<br />

em suas margens. Todos esses documentos mostram -se úteis não apenas para o<br />

conhecimento <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de religiosa e do mundo religioso, mas<br />

também para o conhecimento do mundo social. Obras como o Riyah de Malik,<br />

ou os Ma<strong>da</strong>rik de Iyadh são ricas em observações sociológicas, encontráveis no<br />

decorrer <strong>da</strong> exposição. As fontes caridjitas, como sabemos, são importantes para<br />

to<strong>da</strong> a região saariana do Magreb, zona de contato com os Negros. Al -Wisyani,<br />

Darjini, Abu Zakariya e mesmo um autor tardio como al -Shammakhi são seus<br />

principais representantes. Enfim, to<strong>da</strong> a massa de material em língua árabe ou<br />

em copta, produzi<strong>da</strong> no Egito medieval pela Igreja local, traz esclarecimentos<br />

sobre as relações entre as igrejas e entre a hierarquia eclesiástica e o Estado 59 .<br />

São numerosas as fontes propriamente literárias sobre esse período; referem -se<br />

quase que exclusivamente ao Magreb e ao Egito. Ain<strong>da</strong> nessa categoria os Ras<br />

al’Ain, de al -Qahi al Fadhil, e especialmente o grande dicionário de Safadi,<br />

al ‑Wafibi ‑l Wafayat, ocupam um lugar à parte.<br />

Portanto, no que diz respeito à segun<strong>da</strong> I<strong>da</strong>de Islâmica, nossa documentação<br />

é abun<strong>da</strong>nte, varia<strong>da</strong> e em geral de boa quali<strong>da</strong>de, em contraste com o período<br />

precedente. Na <strong>África</strong> propriamente islâmica, esses escritos trazem muitos<br />

esclarecimentos sobre o funcionamento <strong>da</strong>s instituições e sobre as tendências<br />

profun<strong>da</strong>s <strong>da</strong> história. Já não se contentam em traçar apenas um simples quadro<br />

político. No que concerne à <strong>África</strong> negra, o século XIV é o período do apogeu<br />

de nosso conhecimento. Espera -se, no entanto, que documentos europeus e<br />

autóctones nos permitam aprofun<strong>da</strong>r esse conhecimento, e ampliá -lo de forma<br />

a abranger regiões que até o momento se mantêm na obscuri<strong>da</strong>de.<br />

Conclusão<br />

Não seria exato pensar que o estado <strong>da</strong>s fontes escritas do continente africano<br />

antes do século XV seja de extrema pobreza, mas a ver<strong>da</strong>de é que, no conjunto,<br />

a <strong>África</strong> é menos provi<strong>da</strong> que a Europa e a Ásia. To<strong>da</strong>via, enquanto em uma<br />

grande parte do continente não existem fontes escritas, nas regiões restantes<br />

o conhecimento histórico é possível e baseia -se – no caso do Egito – numa<br />

documentação excepcionalmente rica. Isso significa que uma exploração rigorosa<br />

59 Patrologie orientale, coleção essencial. Entre as obras que nos dizem respeito, citemos as de SEVERO<br />

DE ALEXANDRIA (século I) e de IBN MUFRAH (século XI), interessantes para a Etiópia; Kitab<br />

Siyar al ‑Aba al ‑Batariqa. Cf. também MIGUEL, o Sírio, ed. trad. Chabot, 3 v., 1899 -1910.<br />

103

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!