29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Classificação <strong>da</strong>s línguas <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Línguas afro ‑asiáticas 27<br />

Estas línguas, também chama<strong>da</strong>s de camito -semíticas, cobrem to<strong>da</strong> a <strong>África</strong><br />

do Norte e quase todo o chifre <strong>da</strong> <strong>África</strong> (Etiópia, Somália); algumas línguas<br />

do ramo cuxítico estendem -se ao sul até a Tanzânia. Ademais, o ramo semítico<br />

inclui línguas que, atualmente ou em épocas anteriores, abrangiam quase todo<br />

o Oriente Médio. Em geral considera -se que o afro -asiático compreende cinco<br />

divisões quase igualmente diferencia<strong>da</strong>s: o berbere, 28 o egípcio antigo, o semítico,<br />

o cuxítico e o chádico. No entanto, Fleming aventou recentemente que o grupo<br />

de línguas até agora classificado como cuxítico -ocidental, em que se incluem o<br />

kafa e outras línguas do sudoeste <strong>da</strong> Etiópia, na ver<strong>da</strong>de constitui um sexto ramo<br />

para o qual se propuseram os nomes “omótico” e “ari -banna”. 29<br />

O ramo berbere do afro -asiático apresenta menos diferenciação interna do<br />

que qualquer outro ramo <strong>da</strong> família, com exceção do egípcio. Sua principal<br />

divisão parece estar entre as línguas de diversos grupos tuaregue do Saara e<br />

o berbere propriamente dito, falado na <strong>África</strong> do Norte e na Mauritânia. É<br />

provável que a língua extinta dos guanchos <strong>da</strong>s Ilhas Canárias fosse aparenta<strong>da</strong><br />

ao berbere. É necessário mencionar ain<strong>da</strong> a existência de inscrições em Líbio<br />

antigo, que embora não sejam perfeitamente compreensíveis, representam<br />

possivelmente uma forma primitiva do berbere.<br />

Um segundo ramo do afro -asiático, o egípcio, está documentado, em seu<br />

estágio mais primitivo, nas inscrições hieroglíficas, nos papiros hieráticos e,<br />

mais recentemente, nos documentos em escrita demótica. To<strong>da</strong>s essas escritas<br />

representam a mesma língua fala<strong>da</strong>. No período cristão, essa língua continuou<br />

a ser fala<strong>da</strong> e desenvolveu extensa literatura escrita em um alfabeto a<strong>da</strong>ptado<br />

do grego. Nesta forma mais tardia, chama<strong>da</strong> copta, existiam alguns dialetos<br />

literários, entre os quais o boáirico, que ain<strong>da</strong> sobrevive como língua litúrgica<br />

<strong>da</strong> igreja copta. Após a conquista do Egito pelos árabes, a antiga língua egípcia<br />

foi pouco a pouco perdendo terreno e se extinguiu enquanto língua fala<strong>da</strong><br />

provavelmente no século XVII.<br />

27 No Simpósio sobre o povoamento do Egito antigo realizado no Cairo, os pesquisadores africanos<br />

ressaltaram que a classificação do Professor GREENBERG havia negligenciado um <strong>da</strong>do fun<strong>da</strong>mental:<br />

o estabelecimento de regras fonéticas. A posição desses pesquisadores é também a do Professor Tstvan<br />

Fodor. Estes mesmos pesquisadores levantaram argumentos para provar o parentesco linguístico genético<br />

do egípcio e <strong>da</strong>s línguas africanas modernas.<br />

28 Cf. nota 21 acima.<br />

29 FLEMING, H. C. 1969, p. 3 -27.<br />

327

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!