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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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612 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

mais rica em arte rupestre e pertencer ao mesmo grupo que a Zâmbia e<br />

Angola do leste. Esse grupo é caracterizado por uma arte esquemática, e não<br />

naturalista como a <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Sul. Em 1952, o Ab. Henri Breuil publicava<br />

as figuras grava<strong>da</strong>s e pontua<strong>da</strong>s <strong>da</strong> gruta de Kiantapo 8 , e G. Mortelmans, um<br />

ensaio de síntese dos desenhos rupestres do Shaba 9 chamando a atenção para<br />

as dificul<strong>da</strong>des de <strong>da</strong>tação dos diferentes estilos devido à falta de documentos<br />

arqueológicos. Foram descobertas lajes grava<strong>da</strong>s no Baixo Zaire, tendo a arte<br />

rupestre, nessa região, subsistido até época muito recente. Séries de gravuras<br />

do Monte Gundu, no Dele, parecem relaciona<strong>da</strong>s aos ritos <strong>da</strong> água e do fogo.<br />

Na República Centro -Africana a arte rupestre atualmente conheci<strong>da</strong><br />

está situa<strong>da</strong> no norte e no leste do país. Ao norte, os abrigos de Toulou,<br />

<strong>da</strong> Koumbala e do Djebel Mela apresentam pinturas trata<strong>da</strong>s com ocre<br />

vermelho, preto e branco: personagens e signos diversos, mas ausência de<br />

representações animais. No leste, as jazi<strong>da</strong>s de Lengo e do Mpatou perto de<br />

Bakouma apresentam uma arte grava<strong>da</strong> sobre lajes horizontais de laterito, ao<br />

que parece relativamente recente e executa<strong>da</strong> por homens que já conheciam<br />

o ferro, tendo -se em conta as inúmeras facas de arremesso e pontas de lança<br />

ali encontra<strong>da</strong>s.<br />

A arte rupestre <strong>da</strong> bacia do Zaire não tem nenhuma semelhança com a do<br />

Saara. Seu eixo de penetração deve ser buscado em direção à <strong>África</strong> do sul e do<br />

leste. Ela é bastante similar à que se conhece na região bantu; é, pois, recente,<br />

e até mesmo histórica. Entretanto, tem grande importância para o estudo <strong>da</strong>s<br />

migrações e movimentos de populações de um período muito mal conhecido<br />

<strong>da</strong> preto -história ou mesmo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>África</strong> tropical.<br />

Conclusão<br />

De tudo o que expusemos sobre a pré -história <strong>da</strong> bacia do Zaire, infere-<br />

-se que até o Acheulense Superior as indústrias pré -históricas distinguem -se<br />

muito pouco do que se conhece nas outras regiões <strong>da</strong> <strong>África</strong> subequatorial. É a<br />

partir do complexo Sangoense que tem início a grande diversificação regional<br />

<strong>da</strong>s culturas de fácies florestal, com um fato notável: o isolamento quase total<br />

em que viveram os homens dessa região até a chega<strong>da</strong> dos neolíticos vindos do<br />

norte, fugindo, talvez, <strong>da</strong>s zonas saarianas em razão do dessecamento.<br />

8 BREUIL, H. 1952, p. 1 -32, 14 pranchas.<br />

9 MORTELMANS, G. 1952, p. 35 -55, 9 pranchas.

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