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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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632 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

<strong>da</strong> parte ocidental <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central. Aliás, é possível pensar que, por seu caráter<br />

heteróclito, essas indústrias representem um prolongamento <strong>da</strong> tradição <strong>da</strong><br />

Middle Stone Age acima descrita. J. Nenquin deve ter inventado o nome de<br />

“Wilton/Tshitoliense” para descrever a Late Stone Age em Ruan<strong>da</strong> e no Burundi<br />

(Nenquin, 1967), onde infelizmente muito poucos sítios foram <strong>da</strong>tados. Estima-<br />

-se em 15.000 —12.000 B.P. a i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> indústria de transição de Kamoa, que pode<br />

ser compara<strong>da</strong> ao Lupembo -Tshitoliense <strong>da</strong> parte ocidental. No mesmo sítio, a<br />

Late Stone Age, que é pobre e pouco característica, é <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de aproxima<strong>da</strong>mente<br />

6000 a 2000 B.P. (Cahen, 1975). Parece, portanto, que diferentes tradições<br />

puderam subsistir durante muito tempo lado a lado; e, efetivamente, junto a<br />

indústrias de caráter misto, encontram -se outras puramente microlíticas, como<br />

em Mukinanira (van Noten, Hiernaux, 1967) e nos lagos Mokoto (van Noten,<br />

1968 -a).<br />

Na <strong>África</strong> Central ain<strong>da</strong> não foi encontrado um sítio de riqueza excepcional,<br />

que permitisse a reconstituição detalha<strong>da</strong> do modo de vi<strong>da</strong> desses caçadores cuja<br />

existência devia ser comparável à que ain<strong>da</strong> hoje levam os San no Calaari. O sítio<br />

de Gwisho, na Zâmbia, dá uma ideia bastante completa de como era a vi<strong>da</strong> na<br />

Late Stone Age no V milênio B.P. Ao lado de utensílios polidos, foi encontra<strong>da</strong><br />

- acontecimento excepcional – uma grande quanti<strong>da</strong>de de objetos de madeira e<br />

de osso, que provam a importância do trabalho <strong>da</strong> madeira mesmo em savana<br />

aberta (Fagan, van Noten, 1972).<br />

Fim <strong>da</strong>s i<strong>da</strong>des <strong>da</strong> pedra<br />

A abundância de utensílios polidos em certas regiões fez com que fossem<br />

eles considerados o indício de um neolítico; mas vimos que tais instrumentos<br />

são encontrados desde a Late Stone Age e que eram fabricados e utilizados ain<strong>da</strong><br />

no século XIX na região do Uele (van Noten, 1968). Assim sendo, a descoberta<br />

de utensílios polidos fora de qualquer contexto arqueológico não tem grande<br />

significação. Entretanto a distribuição dos vestígios apresenta certo interesse,<br />

pois esses objetos foram assinalados apenas na bacia central. No leste, tais<br />

descobertas são extremamente raras; quando muito, conhecem -se no Burundi<br />

dois machados polidos e uma gruta com polidores (van Noten, 1969; Cahen,<br />

van Noten, 1970). O número de descobertas cresce um pouco em direção ao<br />

sudeste, onde alguns machados polidos e polidores são assinalados no Shaba,<br />

enquanto no Kasai, embora ain<strong>da</strong> se encontrem polidores, os utensílios polidos<br />

praticamente inexistem (Celis, 1972).

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