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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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834 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

<strong>da</strong> dinastia humana. O ramapiteco <strong>da</strong> Ásia é apenas uma varie<strong>da</strong>de que<br />

conseguiu alcançar a Índia a partir <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Mas isso se verifica sobretudo com<br />

o australopiteco (Australopithecus Africanus ou afarensis) que é incontestavelmente<br />

o primeiro hominídeo, bípede explorador <strong>da</strong>s savanas <strong>da</strong> <strong>África</strong> oriental e central<br />

e cujas mol<strong>da</strong>gens endocranianas revelaram um desenvolvimento dos lobos<br />

frontais e parietais do cérebro, testemunhando já um nível elevado <strong>da</strong>s facul<strong>da</strong>des<br />

intelectuais. Em segui<strong>da</strong>, temos os zinjantropos e a varie<strong>da</strong>de que tem o tão<br />

prestigioso nome de Homo habilis. São os primeiros humanos a representarem<br />

um novo salto na ascensão para o status de homem moderno.<br />

Vêm depois os arcantropos (pitecantropos e atlantropos), os paleantropos ou<br />

neandertalenses e, finalmente, o tipo Homo sapiens sapiens (homem de Elmenteita<br />

no Quênia, de Kibish na Etiópia), cujas características, frequentemente negroides,<br />

foram observa<strong>da</strong>s por muitos autores no período Aurignaciense Superior. Quer<br />

sejam policentristas ou monocentristas, todos os estudiosos reconhecem que é na<br />

<strong>África</strong> que se encontram todos os elos <strong>da</strong> corrente que nos liga aos mais antigos<br />

hominídeos e pré -hominídeos, incluindo as varie<strong>da</strong>des que aparentemente ficaram<br />

no estágio de esboço do homem e não puderam empreender a arranca<strong>da</strong> histórica<br />

que permitiu chegar à estatura e ao status de Adão. Além disso, é na <strong>África</strong> que se<br />

encontram ain<strong>da</strong> os “ancestrais”, ou melhor, os considerados primos do homem.<br />

Segundo W. W. Howells, “os grandes macacos <strong>da</strong> <strong>África</strong>, o gorila e o chimpanzé<br />

estão realmente mais próximos do homem do que qualquer um dos três em relação<br />

ao orangotango <strong>da</strong> Indonésia” 1 . E não sem motivo! A Ásia em suas latitudes<br />

inferiores e sobretudo a <strong>África</strong>, em virtude de seu notável mergulho no hemisfério<br />

sul, escapavam <strong>da</strong>s desanimadoras condições climáticas <strong>da</strong>s zonas setentrionais.<br />

Assim, durante os cerca de 200.000 anos do Kagueriano, a Europa, coberta por<br />

cama<strong>da</strong>s de gelo, não oferece nenhum vestígio de utensílios paleolíticos, enquanto a<br />

<strong>África</strong>, no mesmo período, apresenta três varie<strong>da</strong>des sucessivas de pedras, talha<strong>da</strong>s<br />

segundo técnicas em evolução. De fato, as latitudes tropicais beneficiavam -se na<br />

época de um clima “temperado” favorável à vi<strong>da</strong> animal e a seu desenvolvimento.<br />

Se quisermos detectar as causas do aparecimento do homem, temos de levar em<br />

conta, em primeiro lugar, o meio geográfico e ecológico. Em segui<strong>da</strong> é preciso<br />

considerar a tecnologia e, por fim, o meio social.<br />

A a<strong>da</strong>ptação ao meio<br />

A a<strong>da</strong>ptação ao meio foi um dos mais poderosos fatores de formação do<br />

homem, desde suas origens. As características morfossomáticas <strong>da</strong>s populações<br />

1 W. W. HOWELLS, 1972, p. 5.

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