29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

476 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

indeléveis que multiplicam sua presença, ele já cobre, do Cabo <strong>da</strong> Boa Esperança a<br />

Pequim, todo o Velho Mundo. Certamente já fala e vive em grupos. Já utiliza o fogo.<br />

E, afinal de contas, não é exatamente isso que deveríamos esperar? Ca<strong>da</strong> vez que uma<br />

nova forma emerge diante de nós <strong>da</strong>s profundezas <strong>da</strong> história, não sabemos que ela<br />

surge completamente forma<strong>da</strong> e constituindo já uma legião?”.<br />

No entanto, a espécie Homo loquens parece ter surgido somente na época<br />

dos pitecantropíneos; antes destes, pelo menos na <strong>África</strong>, não temos nenhuma<br />

indicação váli<strong>da</strong> <strong>da</strong> existência do fogo, erroneamente atribuído ao Australopithecus<br />

prometheus. Por outro lado, os “instrumentos de pedra indeléveis” do Olduvaiense<br />

não denunciam, certamente, um começo. A varie<strong>da</strong>de de suas formas, sua<br />

quanti<strong>da</strong>de e o lasqueamento sistemático revelam antes um desenvolvimento<br />

que um início. Foram os pré -historiadores <strong>da</strong> <strong>África</strong> que reivindicaram esse<br />

milhão de anos anterior ao Bed I de Olduvai que as recentes descobertas no<br />

Omo e em Koobi Fora lhes tornaram possível constatar. E isso ain<strong>da</strong> não nos<br />

satisfaz!<br />

O utensílio humano pode ser identificado?<br />

Concluindo do que acima expusemos, devemos nos limitar a resolver o<br />

terceiro problema, que consiste em provar a ação intencional do homem sobre os<br />

“utensílios” mais rudimentares, menos elaborados. Só a <strong>África</strong> fornece material<br />

suficiente para essa pesquisa, que se concentrará em duas áreas: o osso e a pedra.<br />

a) A indústria osteodontoquerática. A hipótese formula<strong>da</strong> em 1949 por R.<br />

Dart foi reexamina<strong>da</strong> por Donald L. Wolberg em Current Anthropology<br />

(fevereiro de 1970). Já o Abade Breuil, estu<strong>da</strong>ndo os ossos encontrados<br />

com os sinantropíneos de Chu -Ku -Tien, tinha formulado a hipótese de que<br />

uma “I<strong>da</strong>de do Osso” poderia ter precedido a “I<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Pedra”. Teria havido<br />

um período “<strong>Pré</strong> -Lítico” anterior ao Paleolítico. Antes <strong>da</strong>s descobertas<br />

feitas em 1955 (<strong>África</strong> do Sul), em 1959 -1960 (Olduvai, Tanzânia), em<br />

1969 (Omo, Etiópia) e em 1971 (lago Rodolfo, Quênia), não se conhecia<br />

nenhuma indústria lítica associa<strong>da</strong> às jazi<strong>da</strong>s de australopitecíneos. Por<br />

outro lado, R. Dart tornou -se defensor de uma indústria óssea, basea<strong>da</strong> em<br />

ossa<strong>da</strong>s, dentes e chifres, que ele consagrou como Osteodontokeratic Culture.<br />

Infelizmente, não dispomos de uma boa cronologia, relativa ou absoluta,<br />

dos australopitecíneos <strong>da</strong> <strong>África</strong> meridional, menos favoreci<strong>da</strong> nesse ponto<br />

que a Etiópia, o Quênia e a Tanzânia. R. Dart sustentou a existência de<br />

uma indústria osteodontoquerática de 1949 a 1960, baseando -se no exame

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!