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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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822 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

<strong>da</strong>tação relativa, o Grupo A, o Grupo B, o Grupo C, etc. 56 Depois tentou -se<br />

estabelecer um sistema semelhante ao utilizado para o vale inferior, em que o<br />

Nubiano Antigo e o Nubiano Médio, por exemplo, corresponderiam ao Antigo<br />

Império e ao Médio Império 57 . Mas diante <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s para<br />

estender esse sistema <strong>da</strong> Núbia ao norte <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Catarata até a Núbia ao<br />

sul <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Catarata, abandonou -se provisoriamente a tentativa. Portanto,<br />

continuaremos a utilizar a denominação Grupo A, que abrange o <strong>Pré</strong> -Dinástico.<br />

O Grupo A 58 vai do fim do Neolítico, por volta de -3800, até o fim do Antigo<br />

Império egípcio, -2200 aproxima<strong>da</strong>mente. Nesse grupo podemos distinguir<br />

várias fases: o Grupo A antigo, de -3800 até -3200 aproxima<strong>da</strong>mente; o Grupo<br />

A clássico, de -3200 a -2800 aproxima<strong>da</strong>mente; e o Grupo A recente (antigo<br />

Grupo B), de -2800 até -2200 aproxima<strong>da</strong>mente. Consideraremos apenas as<br />

duas primeiras fases.<br />

O Grupo A antigo é o menos conhecido 59 . Foi durante as recentes escavações na<br />

Núbia su<strong>da</strong>nesa, entre 1960 e 1966, que se constatou ser a civilização “eneolítica”<br />

do Grupo A sucessora direta <strong>da</strong> abkiense do Neolítico; portanto, será preciso<br />

esperar a publicação dos relatórios <strong>da</strong>s escavações in extenso para se ter uma ideia<br />

mais precisa do que esse Grupo representa. Na baixa Núbia, o sítio de Khor Bahan,<br />

ao sul de Shellal, pertence aparentemente a essa fase antiga e é contemporâneo do<br />

Gerzeense, portanto, do <strong>Pré</strong> -Dinástico Médio egípcio. Nessa época, a agricultura e<br />

a criação de gado, ausentes no Abkiense, são pratica<strong>da</strong>s na baixa Núbia: utilizando<br />

uma técnica própria do vale superior, as comuni<strong>da</strong>des de agricultores construíam,<br />

por ocasião <strong>da</strong> vazante, barragens de pedra perpendiculares ao rio que tinham por<br />

efeito diminuir a força <strong>da</strong> corrente, facilitando o depósito do limo nos campos<br />

à margem do Nilo, e aumentar a extensão <strong>da</strong>s terras cultiváveis. Além disso, a<br />

descoberta de ossos de bovídeos e caprídeos nos túmulos, sem dúvi<strong>da</strong> provenientes<br />

de sacrifícios fúnebres, sugere que essas comuni<strong>da</strong>des eram seminômades. Sendo<br />

os campos insuficientes para alimentar um grande número de animais, somos<br />

levados a crer que as populações deslocavam -se, durante uma parte do ano, para<br />

os planaltos vizinhos, na época provavelmente recobertos pela estepe, como atesta<br />

a presença de antílopes e de leões.<br />

56 G. A. REISNER, 1910, p. 313 -32.<br />

57 B. G. TRIGGER, 1965, p. 67 e segs. fig. 1, p. 46.<br />

58 Nem todos os relatórios <strong>da</strong>s escavações feitas na Núbia por solicitação <strong>da</strong> <strong>Unesco</strong>, tanto no Egito como<br />

no Sudão, estão publicados. Sobre o Grupo A, ver H. NORDSTRÖM, 1972. p. 17 -32.<br />

59 H. NORDSTRÖM, 1972, p. 17 -28 e passim.

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