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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas a partir do século XV<br />

seletivo, porque ca<strong>da</strong> compilador segue, ao escolher o material, regras próprias,<br />

subjetivas, enquanto o pesquisador que examina uma questão necessita de to<strong>da</strong>s<br />

as informações e de uma documentação completa.<br />

Em ca<strong>da</strong> Estado independente <strong>da</strong> <strong>África</strong> existe agora arquivos governamentais<br />

que também mantêm material her<strong>da</strong>do <strong>da</strong> administração colonial anterior. Apesar<br />

de alguns países terem publicado guias ou catálogos, a maioria dos arquivos na<br />

<strong>África</strong> ain<strong>da</strong> está em processo de classificação sistemática e descrição 113 . A<br />

publicação de uma série de guias de todos os arquivos africanos públicos e<br />

particulares, como os que estão sendo publicados para os arquivos <strong>da</strong> Europa, é,<br />

no momento atual, uma necessi<strong>da</strong>de urgente.<br />

Os arquivos governamentais <strong>da</strong> <strong>África</strong>, comparados aos <strong>da</strong>s antigas<br />

metrópoles, têm suas vantagens e também seus inconvenientes. Com algumas<br />

exceções, a manutenção de registros detalhados só teve início na <strong>África</strong>, na<br />

déca<strong>da</strong> de 1880, e há muitas lacunas nesse material, que devem ser compensa<strong>da</strong>s<br />

por outras fontes, sendo as mais importantes os registros dos missionários e<br />

comerciantes e os documentos particulares, e, evidentemente, os arquivos em<br />

capitais europeias.<br />

Por outro lado, as vantagens dos arquivos criados na <strong>África</strong> sobre os <strong>da</strong>s antigas<br />

capitais metropolitanas são numerosas: a diferença marcante reside no fato de<br />

guar<strong>da</strong>rem materiais e registros que têm relação mais direta com a situação local,<br />

enquanto os arquivos coloniais <strong>da</strong> Europa contêm, principalmente, documentos<br />

sobre a política do colonizador. Os arquivos africanos geralmente conservam<br />

registros do período pré -colonial, como relatórios dos primeiros exploradores,<br />

informações colhi<strong>da</strong>s por comerciantes, funcionários públicos e missionários<br />

no interior, relatórios que não eram considerados dignos de ser enviados para a<br />

Europa, mas que são de extrema importância para a história local. Conservam,<br />

ain<strong>da</strong>, um número muito maior de documentos produzidos por africanos que<br />

os arquivos <strong>da</strong> Europa. Em geral, apesar <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de material duplicado<br />

em arquivos <strong>da</strong> Europa e <strong>da</strong> <strong>África</strong>, qualquer pesquisador que trabalhe somente<br />

com fontes de antigos arquivos metropolitanos tenderá a escrever uma história<br />

dos interesses europeus na <strong>África</strong> e não a história dos africanos. Por outro lado,<br />

a utilização exclusiva dos arquivos mantidos na <strong>África</strong> não pode fornecer um<br />

quadro completo, já que muitos registros e documentos estão faltando ou são<br />

incompletos.<br />

113 Para um estudo <strong>da</strong> situação às vésperas <strong>da</strong> independência. v. P. D. CURTIN, 1960, p. 129 -47.<br />

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