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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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644 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

conjunto de El -Ma El-Abiod, na Argélia, para citar um único exemplo); por<br />

outro lado, é encontrado desde o Oriente Próximo até a península indiana. Sua<br />

presença na Espanha (Rio Manzanares, perto de Madri) e a passagem pelos<br />

Pirineus levaram H. Alimen a reconsiderar, recentemente (1975), o problema <strong>da</strong><br />

travessia do estreito de Gibraltar bem antes <strong>da</strong> navegação neolítica. Concluiu -se<br />

pela existência de uma ligação através do fundo alto e raso do estreito que se<br />

tornou transitável no decorrer <strong>da</strong>s regressões de Riss.<br />

Deve -se a J. Tixier a análise tipológica mais pertinente dos machados do<br />

Magreb. Duas constatações são de importância capital. A primeira é a aparição<br />

de método de corte “Levallois” desde o Acheulense Antigo, que resultará<br />

na inacreditável estan<strong>da</strong>rdização dos machados Tabelbala -Tachenghit (Saara<br />

argelino ocidental). A segun<strong>da</strong> é a técnica <strong>da</strong> “lasca -núcleo”, que permite obter<br />

lascas de duas faces de debitagem opostas, determinando um gume perfeito<br />

em todo o contorno (técnica de Kombema na <strong>África</strong> meridional). Teriam<br />

esses métodos tão elaborados sido transmitidos pela <strong>África</strong> à Europa, onde a<br />

primeira desempenhou um papel pelo menos significativo antes do Paleolítico<br />

Médio?<br />

A definição do Acheulense sempre foi de ordem arqueológica. As<br />

indústrias associa<strong>da</strong>s aos bifaces abrangem duas glaciações (Mindel - Riss),<br />

a interglaciária que as separa e os interestádios que as subdivide. P. Biberson<br />

tentou estabelecer um paralelismo com as transgressões e regressões marinhas:<br />

Amiriense = Mindel; Anfatiense = Riss; Tensiftiense = Riss. Essas correlações<br />

são sempre hipotéticas. Um prolongamento na interglaciária Riss -Würm é<br />

perfeitamente plausível.<br />

Por falta de <strong>da</strong>tações absolutas, devemos apoiar nossas teorias na paleontologia.<br />

A fauna perde seus componentes oriundos do Villafranchiano Superior e torna-<br />

-se a “grande fauna chadiano -zambeziana”, como a qualificava C. Arambourg.<br />

Ain<strong>da</strong> não conhecemos na<strong>da</strong> a respeito nem <strong>da</strong> microfauna nem <strong>da</strong> flora de<br />

Ternifine.<br />

O atlantropo, tanto o de Ternifine (Atlanthropus Mauritanicus) quanto<br />

os descobertos no Marrocos – Homem de Rabat(?) e de Sidi Abderrahman<br />

(Casablanca) – pertencem ao Homo erectus. Esses pitecantropos, aliás muito<br />

semelhantes aos sinantropos de Pequim, situam -se de modo muito impreciso<br />

numa cronologia: 400.000 a 500.000 anos parece a hipótese mais plausível.<br />

Em outras regiões esses homens dominaram o fogo e talvez tenham tido uma<br />

linguagem rudimentar. O Magreb não nos acrescenta nenhum <strong>da</strong>do nesse<br />

campo.

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