29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Descoberta e difusão dos metais e desenvolvimento dos sistemas sociais até o século V antes <strong>da</strong> Era Cristã<br />

(que deu nome à cultura Ba<strong>da</strong>riense) 24 , e no grupo do norte, em Demeh, Kasr-<br />

-Maroun e Khasmet -ed -Dib, no Faium; esse conjunto de sítios é denominado<br />

Faium -A para diferenciá -lo do Faium neolítico ou do Faium -B.<br />

Há discussões a propósito <strong>da</strong> origem <strong>da</strong> metalurgia do cobre no Egito 25 . É<br />

possível que tenha sido trazi<strong>da</strong> do exterior, do Oriente Próximo; nesse caso,<br />

porém, somente em escala muito limita<strong>da</strong>: uns poucos indivíduos revelando<br />

aos habitantes do vale a técnica do cobre. Entretanto não se poderia afastar a<br />

hipótese de um fenômeno de convergência: os próprios habitantes do vale do<br />

Nilo descobrindo o metal praticamente na mesma época em que era descoberto<br />

no “crescente fértil”. Com efeito, foi nessa época que, talvez acidentalmente,<br />

as populações ba<strong>da</strong>rienses descobriram o esmalte azul, ao aquecer pedras ou<br />

paletas nas quais havia sido triturado material para a pintura dos olhos à base<br />

de malaquita, que é um minério de cobre 26 . Assim, os habitantes do vale teriam<br />

descoberto simultaneamente o cobre, que trabalhavam a frio, e a chama<strong>da</strong><br />

“faiança egípcia”, isto é, o esmalte azul, que logo passou a ser utilizado na<br />

fabricação de contas de adorno.<br />

Qualquer que seja a origem do metal, asiática ou autóctone, sua utilização<br />

era muito limita<strong>da</strong> e os utensílios de pedra continuavam a ser os mais comuns,<br />

tanto no grupo do norte como no do sul. Uma coisa é certa: a descoberta ou<br />

a difusão do metal não alterou em na<strong>da</strong> a organização social, como se pode<br />

comprovar pelas sepulturas.<br />

O <strong>Pré</strong> -Dinástico, de aproxima<strong>da</strong>mente -4000 a -3000, pode ser dividido<br />

em quatro fases que aju<strong>da</strong>m a marcar a evolução do vale durante esse período,<br />

infelizmente ain<strong>da</strong> bastante obscuro. Portanto distinguiremos os <strong>Pré</strong> -Dinásticos<br />

Primitivo, Antigo, Médio e Recente.<br />

No <strong>Pré</strong> ‑Dinástico Primitivo [= Ba<strong>da</strong>riense], os dois grupos, do sul e do norte,<br />

continuam a evoluir independentemente um do outro. No sul, a maior parte<br />

<strong>da</strong>s informações referentes a essa fase provêm do sítio arqueológico de Ba<strong>da</strong>ri,<br />

nos arredores de Deir Tasa. Apesar do aparecimento do metal, o Ba<strong>da</strong>riense 27 e<br />

24 Cf. capítulo 25. A civilização ba<strong>da</strong>riense foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong> com frequência (cf. bibliografia abaixo). A obra<br />

básica continua sendo a de G. BRUNTON e G. CATON -THOMPSON, 1928, complementa<strong>da</strong> com<br />

G. BRUNTON, 1948, cap. VI, p. 9 -12.<br />

25 Cf. A. LUCAS, op. cit., p. 201 -06. Sobre a origem <strong>da</strong> metalurgia do cobre no Oriente Médio antigo, cf.<br />

B. J. FORBES, 1964, p. 16 -23. O nome hieroglífico do cobre só pôde ser decifrado recentemente; cf. J.<br />

R. HARRIS, 1961, p. 50 -62.<br />

26 A. LUCAS, op. cit., p. 201.<br />

27 Sobre essa civilização, as obras básicas continuam sendo as de G. BRUNTON, 1928, p. 1·42; 1937, p.<br />

33-66 e 1948, p. 4-11.<br />

811

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!