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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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A arte pré -histórica africana<br />

e argalis, geralmente pintados. Os homens estão em to<strong>da</strong> a parte, com suas<br />

“cabeças redon<strong>da</strong>s”. O estilo ain<strong>da</strong> é seminaturalista e, às vezes, simbolista; mas<br />

as linhas, em vez de sóbrias, são ao contrário anima<strong>da</strong>s, até mesmo dinâmicas<br />

ou patéticas. Os ritos mágicos estão próximos; podemos senti -los nos animais<br />

totens, nos homens mascarados, nas <strong>da</strong>nças rituais, etc. As figuras isola<strong>da</strong>s não<br />

são próprias desta fase. Existem representações de pequeno porte, mas também<br />

frisos e afrescos compostos, os maiores do mundo. Esse estilo, concentrado no<br />

Tassili, é visto em cenas que retratam argalis com chifres poderosos, <strong>da</strong>nçarinos<br />

mascarados como em Sefar (sítio epônimo, segundo J. Lajoux), a sacerdotisa de<br />

Ouanrhet (chama<strong>da</strong> de Dama Branca).<br />

O segundo grande tipo é o <strong>da</strong> pintura e <strong>da</strong> gravura naturalistas com figuras<br />

de tamanho pequeno, isola<strong>da</strong>s ou em grupos. O estilo é claramente descritivo.<br />

Já se pode sentir que o homem é ativo e que domina e controla os bovinos,<br />

caninos, ovinos e caprinos. As cores se multiplicam. É o Saara <strong>da</strong>s aldeias e dos<br />

acampamentos. O sítio epônimo seria Jabbaren.<br />

O terceiro tipo estilístico é esquemático, simbolista ou abstrato. As técnicas<br />

anteriores são conserva<strong>da</strong>s, mas frequentemente entram em decadência. To<strong>da</strong>via,<br />

não se deve crer que tal decadência tenha sido generaliza<strong>da</strong>. As técnicas de<br />

gravura, sobretudo, decaem: os contornos são vagos, o pontilhado e a piquetagem<br />

grosseiros. Na pintura, porém, o estilo do traço fino, apesar de inferior em<br />

certos aspectos ao traço austero e vigoroso dos estágios anteriores, permite<br />

apreender melhor o movimento, às vezes de três quartos de perfil; ele se presta<br />

bem à estilização e às fórmulas novas. A elegância dos traços do homem de<br />

Gonoa (Saara do Chade), por exemplo, lembra um bico -de -pena, em que<br />

os olhos, as pupilas, os cabelos, a boca e o nariz são representados com uma<br />

precisão quase fotográfica. Também a técnica <strong>da</strong> aquarela permite obter nuances<br />

muito delica<strong>da</strong>s, como no caso do pequeno antílope de lheren (Tassili) com<br />

patas vacilantes, que vem mamar em sua mãe que abaixa ternamente a cabeça.<br />

Este gênero é adequado à estilização de cavalos e carroças, posteriormente de<br />

dromedários, e também do homem que é representado com dois triângulos,<br />

como em Assedjen Ouan Mellen, ou que tem apenas um longo pescoço em<br />

lugar de cabeça. Existem, portanto, tendências simultâneas à precisão do<br />

traço e ao esquematismo geométrico um pouco descui<strong>da</strong>do, que se combina,<br />

no fim do período, com os caracteres alfabéticos líbico -berberes ou tifinagh.<br />

Um grande número de detalhes, como as selas árabes com contraborraina,<br />

obviamente posteriores ao século VII <strong>da</strong> Era Cristã, permitem comprovar que<br />

essas composições não pertencem à pré -história.<br />

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