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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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690 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

locais para ca<strong>da</strong> região particular. Embora o quadro resultante seja muito mais<br />

complexo, é provavelmente bem mais próximo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de 18 .<br />

A mesma coisa aconteceu na <strong>África</strong>, quando, nos vestígios de praias lacustres<br />

eleva<strong>da</strong>s graças a fases de erosão e de depósitos de cascalhos, os primeiros<br />

pesquisadores encontraram traços característicos de períodos do Quaternário, ao<br />

longo dos quais o clima africano tinha sido muito mais úmido que atualmente.<br />

Esses períodos de precipitações mais abun<strong>da</strong>ntes foram batizados de “pluviais”.<br />

A partir do momento em que o conceito de períodos glaciais foi aceito para as<br />

zonas tempera<strong>da</strong>s setentrionais, o que há de mais natural do que a ideia de que<br />

houve, no calor dos trópicos, um período pluvial correspondente aos períodos<br />

glaciais <strong>da</strong> Europa e <strong>da</strong> América do Norte? 19 Com o tempo, a ideia de três e<br />

depois de quatro períodos pluviais africanos tornou -se crença ortodoxa 20 ; supôs-<br />

-se que eles correspondiam às glaciações <strong>da</strong> era glacial europeia 21 , embora tenha<br />

sido proposta uma nova teoria, segundo a qual um período pluvial africano<br />

corresponderia a duas glaciações setentrionais 22 . O fato de ter sido possível<br />

expor pontos de vista tão diferentes mostra a quase impossibili<strong>da</strong>de de qualquer<br />

correlação cronológica exata. De qualquer forma, como se trata de grandes<br />

distâncias, as correlações geológicas não deveriam ser estabeleci<strong>da</strong>s em função<br />

de climas e sim de formações rochosas. Além disso, os vestígios dos períodos<br />

pluviais dão lugar a muita confusão, quando comparados com os traços <strong>da</strong>s<br />

glaciações 23 . Com o tempo, a própria hipótese de quatro períodos pluviais na<br />

<strong>África</strong> foi posta em dúvi<strong>da</strong> 24 .<br />

A <strong>África</strong> ocidental não escapou à extrapolação, e esforços têm sido feitos no<br />

sentido de utilizar os resultados obtidos em outras partes do continente para<br />

conferir uma certa significação aos <strong>da</strong>dos que, de outro modo, ficariam isolados<br />

ou difíceis de interpretar 25 . Mais recentemente, entretanto, dois elementos<br />

contribuíram para o progresso <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem científica em relação à <strong>África</strong><br />

18 FLINT, R. F. 1971; SPARK, B. W. e WEST, R. G. 1972.<br />

19 WAYLAND, E. J. 1934; 1952.<br />

20 LEAKEY, L. S. B. 1950; LEAKEY, L. S. B. 1952, Resolução 14 (3), p. 7; CLARK, J. D. 1957, p. XXXI,<br />

Resolução 2.<br />

21 NILSSON, E. 1952.<br />

22 SIMPSON, G. C. 1957.<br />

23 CLARK, J. D. 1957, p. XXXI, Resolução 4; BUTZER, K. W. 1971, p. 312 -15.<br />

24 FLINT, R. F. 1959.<br />

25 BOND, G. 1956, p. 197 -200; FAGG, B. E. B. 1959, p. 291; DAVIES, O. 1964, p. 9 -12; PIAS, J. 1967.

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