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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central<br />

designar as indústrias pós -acheulenses <strong>da</strong> região aqui estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, D. Cahen<br />

mostrou claramente que se trata de um extraordinário imbróglio (Cahen, 1977).<br />

As recentes escavações feitas em Gombe permitiram restabelecer e <strong>da</strong>tar<br />

a sequência arqueológica defini<strong>da</strong> por J. Colette. Mas as associações entre as<br />

peças provenientes de diferentes profundi<strong>da</strong>des mostram que o sítio sofreu<br />

muitas perturbações e que as indústrias não são homogêneas (Cahen, 1976).<br />

Os objetos movimentaram -se no solo, como confirmaram as experiências em<br />

laboratório (Moeyersons, 1977). Portanto, é possível que fenômenos similares<br />

tenham ocorrido em outros sítios onde os vestígios arqueológicos foram<br />

depositados em areias Calaari revolvi<strong>da</strong>s, como no nordeste de Angola, no<br />

Baixo Zaire, no Kasai, no Shaba e no Congo (Cahen, Moeyersons, 1977).<br />

Entretanto, não se sabe em que proporção as diferentes indústrias foram<br />

afeta<strong>da</strong>s por essas perturbações. Por outro lado, observa -se uma convergência<br />

tipológica e cronológica impressionante entre os diferentes sítios pré-<br />

-históricos <strong>da</strong> bacia meridional do Zaire, e em menor escala, na <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Central. D. Cahen (1977) propôs reagrupar esses conjuntos pré -históricos<br />

convergentes em um único complexo industrial pós -Acheulense <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Central, que se fosse reduzindo em abrangência até limitar -se ao sudoeste<br />

<strong>da</strong> bacia do Zaire. Além disso, o mesmo autor considera que termos como<br />

Sangoense, Lupembiense e Tshitoliense não correspondem a nenhuma<br />

reali<strong>da</strong>de cientificamente estabeleci<strong>da</strong>. Entretanto, como tentamos demonstrar<br />

neste capítulo, parece -nos possível, após o Acheulense, distinguir variantes<br />

regionais nas indústrias líticas e seguir sua evolução. Por mais esquemáticas e<br />

discutíveis que sejam, essas distinções refletem uma certa reali<strong>da</strong>de, a qual, sem<br />

dúvi<strong>da</strong>, parece agora muito mais complexa do que inicialmente se supunha. É<br />

aperfeiçoando nossa taxonomia com base em novas escavações que chegaremos<br />

a compreender melhor a extraordinária diversi<strong>da</strong>de apresenta<strong>da</strong> pela <strong>África</strong><br />

Central no decorrer <strong>da</strong>s I<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Pedra. A nomenclatura existente pode, em<br />

nossa opinião, ser manti<strong>da</strong> como um instrumento de trabalho provisório.<br />

Conclusão<br />

O passado <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central é ain<strong>da</strong> pouco conhecido, pois só recentemente<br />

passou a ser estu<strong>da</strong>do de maneira sistemática; mas a arqueologia já registra seus<br />

primeiros resultados. Assim, no espaço de alguns anos, o número de <strong>da</strong>tações<br />

por carbono 14 quase quintuplicou (Maret, van Noten, Cahen, 1977) e puderam<br />

ser esboça<strong>da</strong>s as primeiras sínteses (van Noten, em preparação).<br />

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