29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

18 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

início do século XIX. Assim como os eruditos islamizados de Tombuctu se<br />

puseram rapi<strong>da</strong>mente a escrever seus ta’rikh em árabe ou na língua ajami, no fim<br />

do século XIX também os africanos que haviam aprendido a ler o alfabeto latino<br />

sentiram necessi<strong>da</strong>de de deixar por escrito o que eles conheciam <strong>da</strong> história de<br />

seus povos, para evitar que estes fossem completamente tragados pelos europeus<br />

e sua história.<br />

Entre os primeiros clássicos desse gênero, escritos por africanos que como os<br />

autores dos ta’rikh antes deles – haviam exercido uma ativi<strong>da</strong>de na religião <strong>da</strong><br />

cultura importa<strong>da</strong> e dela haviam extraído seus nomes, pode -se citar A History<br />

of the Gold Coast and Asante de Carl Christian Reindorf (1895) e History of the<br />

Yorubas de Samuel Johnson (termina<strong>da</strong> em 1897 mas publica<strong>da</strong> somente em<br />

1921). Trata -se de duas obras de história bastante sérias; até hoje ninguém pode<br />

empreender um trabalho sobre a história dos Ioruba sem consultar Johnson. Mas<br />

talvez fosse inevitável que a ensaios históricos desta ordem se incorporassem<br />

as obras dos primeiros protonacionalistas, desde J. A. B. Horton (1835 -1883) e<br />

E. W. Blyden (1832 -1912) a J. M. Sarbah (1864 -1910), J. E. Casely -Hayford<br />

(1866 -1930) e J. B. Danquah (1895 -1965), que abor<strong>da</strong>ram muitas questões<br />

históricas mas, na maioria <strong>da</strong>s vezes, com o propósito de fazer propagan<strong>da</strong>.<br />

É provável que J. W. de Graft -Johnson (Towards Nationhood in West Africa,<br />

1928; Historical Geography of the Gold Coast, 1929) e E. J. P. Brown (A Gold<br />

Coast and Asiante Reader, 1929) pertençam às duas categorias. Depois deles,<br />

porém, pode -se observar em certos ensaios uma tendência a glorificar o passado<br />

africano no intuito de combater o mito <strong>da</strong> superiori<strong>da</strong>de cultural europeia, como<br />

por exemplo em J. O. Lucas, The Religion of Yoruba (1949) e J. W. de Graft-<br />

-Johnson, African Glory (1954). Alguns autores europeus demonstraram uma<br />

tendência análoga. É o caso, por exemplo, de Eva L. R. Meyerowitz, que, em seus<br />

livros sobre os Akan, tenta outorgar -lhes gloriosos ancestrais mediterrânicos,<br />

comparáveis aos que Lucas buscava para os Ioruba 27 .<br />

Por outro lado, numa escala mais reduzi<strong>da</strong>, muitos africanos continuaram a<br />

registrar as tradições históricas locais de modo sério e confiável. Os contatos<br />

com os missionários cristãos parecem ter desempenhado um papel significativo.<br />

Assim, floresceu em Ugan<strong>da</strong> uma escola importante de historiadores locais<br />

desde a época de A. Kagwa (cuja primeira obra foi publica<strong>da</strong> em 1906); ao<br />

mesmo tempo, R. C. C. Law anotou, para a região ioruba, 22 historiadores que<br />

27 The Sacred State of the Akan (1951); The Akan Traditions of Origin (1952); The Akan of Ghana; their Ancient<br />

Beliefs (1958).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!