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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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160 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

de três uni<strong>da</strong>des isola<strong>da</strong>s não mais são válidos. Pode -se mostrar que A e B<br />

viveram na mesma época, ou que A e C viveram na mesma época, porque ambos<br />

conheceram B. Portanto, A = B = C, mas não podemos ir além disso. O fato dos<br />

encontros de A e C com B poderem ter ocorrido em qualquer época durante<br />

a vi<strong>da</strong> ativa de B explica por que A = C é o limite. Estudos sobre a cronologia<br />

do antigo Oriente Médio provaram empiricamente esse ponto. No entanto,<br />

utilizando prudentemente os sincronismos, podemos reconstruir campos únicos<br />

razoavelmente grandes com uma cronologia relativa comum.<br />

Após o exame dos <strong>da</strong>dos genealógicos, pode -se obter uma <strong>da</strong>ta absoluta se<br />

a tradição mencionar um eclipse do sol. Se há mais de uma <strong>da</strong>ta possível para<br />

o eclipse, deve -se mostrar qual é a mais provável. Podemos proceder do mesmo<br />

modo com outros fenômenos astronômicos ou climáticos extraordinários que<br />

tenham causado catástrofes. A certeza é menor nesse caso do que no dos eclipses<br />

solares, porque há, por exemplo, mais fomes na <strong>África</strong> oriental que eclipses do<br />

sol. Com exceção dos eclipses solares, outras informações desse tipo são úteis<br />

principalmente para os últimos dois séculos, ain<strong>da</strong> que poucos povos tenham<br />

preservado a memória de eclipses muito mais antigos.<br />

Avaliação <strong>da</strong>s tradições orais<br />

Uma vez submeti<strong>da</strong>s a minuciosa crítica, literária e sociológica, podemos<br />

atribuir às fontes um grau de probabili<strong>da</strong>de. Essa apreciação não pode ser<br />

quantifica<strong>da</strong>, mas não é, por isso, menos real. A veraci<strong>da</strong>de de uma tradição será<br />

mais facilmente constata<strong>da</strong> se a informação que contém puder ser compara<strong>da</strong> com<br />

a informação forneci<strong>da</strong> por outras tradições independentes ou por outras fontes.<br />

Duas fontes independentes concor<strong>da</strong>ntes transformam uma probabili<strong>da</strong>de em<br />

algo mais próximo <strong>da</strong> certeza. Mas deve -se comprovar a independência <strong>da</strong>s<br />

fontes. Infelizmente, contudo, tem -se constatado uma tendência muito grande<br />

em acreditar na pureza e estanqui<strong>da</strong>de inequívocas <strong>da</strong> transmissão de um grupo<br />

étnico para outro. Na prática, caravanas de comerciantes, como as dos Imbangala<br />

de Angola, ou talvez as dos Diula e dos Haussa, podem ter levado consigo<br />

fragmentos de história, que foram incorporados à história local por encontrar<br />

terreno apropriado. No início do período colonial estabeleceram -se vínculos<br />

entre representantes de diferentes grupos, que trocaram informações a respeito<br />

de suas tradições. Esse é nota<strong>da</strong>mente o caso nas regiões sob administração<br />

indireta, onde interesses de ordem prática encorajavam especialmente os reinos a<br />

produzirem suas histórias. Além disso, to<strong>da</strong>s essas histórias foram influencia<strong>da</strong>s

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